Crise no varejo brasileiro?

Autor: Marcelo Murin
Afinal, o varejo brasileiro está em crise? Muito tem se falado sobre a instabilidade da economia, mas a pergunta acima foi tema de uma entrevista da empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, no programa Manhattan Connection, da GloboNews, no dia 19 de janeiro.
Segundo informações passadas por Luiza durante a entrevista, que acabou viralizando nas redes sociais, o varejo brasileiro está em desenvolvimento, tendo crescido 5,9% e gerando 630 mil empregos em 2013. Segundo Flávio Rocha, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo, IDV, vivemos a “década do varejo”.
Sem dúvida alguma, a participação de novos consumidores na economia brasileira tem gerado crescimento, no entanto ainda temos uma grande parcela da população sem acesso a produtos que são fortemente vendidos no varejo, como itens da chamada linha branca. Isso nos leva a crer que ainda há muito para se crescer.
Claro que para esse consumo se efetivar é importante que além desses consumidores que já estão inseridos na classe média terem motivação e interesse de consumo, mantenham seu poder de compra, que deve ser garantido pelas regras econômicas estabelecidas pelo governo.
Outro aspecto importante citado por Luiza na entrevista foi a respeito da maturidade do varejo brasileiro, onde ela diz que ainda temos muito a desenvolver. Começamos a nos organizar melhor há aproximadamente cinco anos, o que já tem trazido bons resultados para o setor.
Com relação à comparação da concorrência das vendas virtuais versus lojas físicas, obviamente que é uma preocupação futura, pois o mundo está se modernizando, mas também voltemos a pensar no tanto que o país precisa e tem a se desenvolver em outros pontos. Então, acredito que o varejo ainda tem um longo caminho a percorrer em desenvolvimento até que as vendas virtuais realmente passem a incomodar de fato.
Como ponto final da entrevista, Luiza faz uma pequena comparação entre a atuação do varejo nos EUA e no Brasil, onde ela comenta que lá os processos e sistemas são quase perfeitos, entretanto o atendimento – apesar de ser muito treinado – tem certa frieza quando comparado ao brasileiro. Já no Brasil temos muito a evoluir nas questões de processos, sistemas, logísticas e outros, já que fazemos a diferença no atendimento, onde muitas vezes a venda se configura pela forma e atitude do vendedor.
Obviamente que isso também pode ser resultado da diferença cultural entre os países, e até mesmo da busca criativa dos vendedores para tirar a diferença da falta de recursos em atingir seus objetivos. O fato é que temos muito o que aprender um com o outro, cada um naquilo que fazemos de melhor.
Por fim, acredito que a crise não é do varejo brasileiro, e sim da economia e do país. Por consequência, pode refletir no varejo, mas se o setor souber trabalhar de forma positiva e usar a situação a seu favor, poderá ter muito ganhos nesse momento e principalmente em um ano com grandes eventos, como promete 2014.
Marcelo Murin é administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto

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