Cuidados para manter os colaboradores

Autor: Cezar Tegon
  
Hoje, um assunto em evidência, pois afeta significativamente a ambição de crescimento de nosso país, é a falta de mão de obra qualificada, o “apagão profissional” no mercado de trabalho. Estamos vivendo uma fase que só esta começando. Por conta do foco para resolver um problema latente, as empresas estão esquecendo que um campo muito bem arado e pronto para a colheita é seu próprio campo. Poucas empresas sabem como blindar seus colaboradores em relação ao assédio de empresas concorrentes. 
  
Retenção de talentos é manter na empresa os melhores colaboradores que se tem. Existem várias ações que a empresa pode fazer para manter seus funcionários engajados, no entanto a empresa, para o funcionário, é na realidade o seu líder imediato! 
  
Podem existir políticas e benefícios atraentes, mas sem uma liderança presente e motivadora nada se sustenta por muito tempo. Para reter colaboradores é preciso que o líder seja realmente apaixonado por pessoas e saiba como trabalhar os talentos individuais de forma a dar “corpo” a uma força inovadora que impulsione a empresa no caminho do sucesso. Ser líder é saber ouvir, manter e desenvolver os talentos. 
  
Há alguns anos as empresas se diferenciavam pelas condições econômicas, tecnológicas e estruturais. E hoje? Atualmente, as empresas têm financiamentos mais acessíveis, os mesmos fornecedores de sistemas, máquinas e infra estrutura e trabalham praticamente com os mesmos processos, as “best practices”. 
  
O motivo pelo qual as atenções se voltam aos recursos humanos (pessoas), portanto, não é por gratidão ou por retribuição. O que faz com que o diferencial entre empresas sejam efetivamente reais são as pessoas que compõem a empresa. As pessoas são as únicas “coisas” capazes de dar novas ideias. 
  
E para o profissional, o que mudou? 
  
Estes ficam em uma empresa ou não muito mais devido a relação com ao ambiente de trabalho do que com os benefícios que a empresa oferece, ou seja, as chamadas “algemas de ouro”. Se a empresa tem todas as condições de desenvolver seus colaboradores, mas não o faz em razão daquele gestor “chato” está fadada ao fracasso em relação à retenção de pessoas. 
  
Líder de fato dispõe entre 60% e 70% de seu tempo cuidando das pessoas sob sua liderança. Seja para resolver questões simples, como abono de falta ou férias, até questões mais complexas de desentendimentos entre membros da equipe ou prazos de entregas de trabalhos. 
  
Segundo a Fundação Peter Drucker, de cada três decisões sobre pessoas tomadas pelos líderes, duas são equivocadas. Se um gestor financeiro de cada três aplicações errar duas, será demitido rapidamente, mas quando o assunto são pessoas ainda se é muito tolerante. O desafio então é entender que a empresa não é apenas o que está escrito nos quadros de “visão, missão e valores”. Os principais executivos das organizações precisam saber que a liderança imediata, para seus liderados, é o “retrato real da empresa”. 
  
Não existe uma fórmula para se estabelecer quem pode ser líder. No entanto, para ser líder é preciso perguntar a sim mesmo: 
  
– Gosto de gente? 
– Estou pronto para explicar com clareza quantas vezes forem necessárias? 
– Sei tratar as diferenças dentro de suas diferenças? Tratar as pessoas como únicas? 
– Sou chefe – apenas mando ou crio motivação para a realização? 
  
Lembre-se que as pessoas escolhem trabalhar em empresas que identificam nelas seu principal bem. Não adianta discursos ou dizeres motivacionais nas paredes. É preciso que a liderança saiba que a responsabilidade de motivar e reter talentos esta em suas mãos. 
  
  
Cezar Tegon é presidente da Elancers e Sócio Diretor da Consultants Group by Tegon 

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