Desconfiança com a proteção de dados

Os consumidores têm pouca confiança nas organizações no que diz respeito à proteção dos dados pessoais. Com cada vez mais empresas sofrendo violações de dados e hackers aparentemente um passo à frente, quase dois em cada cinco (38%) consumidores acreditam que a maioria das empresas não sabe como proteger seus dados pessoais. É o que mostra o Estudo Global de Consumidores sobre Privacidade de Dados 2018, encomendado pela Veritas e conduzido pela 3GEM, que entrevistou 12.500 pessoas em 14 países. Os resultados dão conta ainda de que os consumidores pretendem recompensar organizações que protegem adequadamente seus dados pessoais e punir aquelas que não o fazem, passando a comprar de outras empresas ou a depreciar a reputação da marca.
Quase dois terços (62%) dizem que deixariam de comprar de uma empresa que não protege seus dados enquanto quase a metade (48%) dos entrevistados dizem que não se manteriam leais a uma determinada marca e considerariam a possibilidade de recorrer a um concorrente. Oito em cada dez (81%) dizem que pediriam a seus amigos e familiares que boicotassem a empresa, enquanto quase três quartos (74%) afirmam que chegariam ao ponto de denunciar a empresa a órgãos reguladores. Quase dois terços (65%) dos consumidores dizem que postariam comentários negativos sobre a empresa na internet.
No entanto, a pesquisa mostra que os consumidores também pretendem recompensar as empresas que estão protegendo adequadamente seus dados. Três em cada cinco (59%) entrevistados dizem que gastariam mais dinheiro com empresas nas quais confiam em termos de manipulação de seus dados, com mais de um quarto (27%) dispostos a gastar até 25% mais com empresas que levam a sério a proteção de dados.
“A confiança nas empresas foi corroída por violações e casos de ampla repercussão, em que as empresas demonstraram falta de compreensão em relação a como os dados de consumidores por elas mantidos são utilizados ou compartilhados”, afirmou Tamzin Evershed, diretora sênior e líder em Privacidade Global da Veritas. “Como os consumidores exigem mais transparência e responsabilidade das empresas, o ‘novo padrão’ os verá recompensar aquelas organizações que mantêm boas práticas de higiene de dados, enquanto punem aquelas que não o fazem. As empresas devem ser vistas como guardiões confiáveis de dados se quiserem colher as recompensas associadas à construção da confiança do consumidor.”
PREOCUPAÇÕES CRESCENTES
Conforme cresce o interesse em como os dados pessoais são utilizados e compartilhados, a pesquisa mostra que os consumidores não concordariam em compartilhar os seguintes tipos de dados pessoais: detalhes sobre finanças pessoais, incluindo renda, empréstimos imobiliários (60%); localização (40%); hábitos de uso da internet (40%); detalhes sobre saúde/registros médicos (38%); orientação sexual (28%); e preferências religiosas (26%).
Além disso, os consumidores estão se tornando mais cautelosos sobre como seus dados são compartilhados com empresas e terceiros. Nove em cada dez (92%) entrevistados disseram estar preocupados com a proteção de seus dados pessoais, com dois em cada cinco (40%) dizendo que não têm visibilidade sobre como as empresas estão usando ou compartilhando seus dados. Vinte e um por cento demonstraram grande preocupação em terem seus dados pessoais roubados.
“À luz dos eventos recentes e das mudanças nas legislações, os consumidores precisam de muito mais segurança quando se trata de quais de seus dados pessoais as empresas mantêm e como são compartilhados e utilizados”, disse Evershed. “Isso pode ter implicações significativas para empresas que dependem da coleta de dados do consumidor para fornecer serviços inteligentes e direcionados, como aplicativos baseados em localização. As mais bem-sucedidas serão aquelas capazes de demonstrar que estão gerenciando e protegendo dados pessoais de maneira adequada”, completa.

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