Autor: Carlos Cruz
O Dia das Mães, segunda data mais importante para o comércio, aproxima-se, mas em função da crise. As perspectivas para o consumo neste ano não são boas, principalmente, no varejo. O volume de vendas deve apresentar um recuo de 4,1% em comparação a 2015, segundo revela uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Diante deste cenário surge a questão: o que pode ser feito para reverter o quadro?
É no momento em que o mercado está oferecendo constantes “nãos” que os vendedores, comerciantes e empresas devem plantar o “sim”. É claro que isso vai exigir mais preparo dos profissionais de vendas que vão precisar desenvolver melhor a proposta que têm a fazer. É tempo de ganhar o negócio pelo bom atendimento, pelo diferencial que possuem em relação aos demais. Para isso é necessário explorar o poder de negociação, principalmente, com o apelo que o Dia das Mães tem. Além, é claro, de evidenciar as soluções que podem oferecer para sair na frente da concorrência.
Não é possível apontar uma única saída para enfrentar as crises, porém, um bom planejamento aliado ao investimento na capacitação das equipes de vendas pode contribuir positivamente. Os mais habilidosos, os vendedores profissionais, conseguem garantir resultados significativos quando traçam planos estratégicos para vender mais e melhor. Em resumo, podem aproveitar o tempo ruim para comercializar “guarda-chuva” ou oferecer “lenços” para os que se lamentam com os números do comércio.
Uma alternativa válida para aproveitar este momento complicado é a criação de métodos de trabalho tendo em vista os possíveis obstáculos. Para mudar, que tal pensar em soluções práticas em vez de se lamentar? Uma promoção ou, dependendo do período, a criação de ações diferenciadas já focando nas próximas datas comemorativas podem ser alternativas para aumentar o volume de vendas.
Com relação aos consumidores, também é importante pensar “fora da caixa”. O trabalho realizado não pode ser visto apenas como uma simples venda, mas sim a possibilidade de proporcionar uma experiência única ao consumidor. É preciso provar que, mesmo diante das dificuldades, é importante investir no produto oferecido.
Com a economia desaquecida, o essencial é enxergar quais são as deficiências do mercado, os pontos mais críticos e investir em soluções para conseguir se destacar. É como ter apenas uma pizza de oito pedaços com dez pessoas querendo saboreá-la. Somente aqueles que chegarem mais rápido poderão comer. Provavelmente, os menos capacitados ficarão para trás e passarão fome. No comércio, cuja disputa é grande, a tendência é que a situação seja cada vez mais semelhante a essa. Com a escassez de oportunidades, apenas os mais preparados terão chances de realizar bons negócios.
Carlos Cruz é diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas)