Difícil até para importados

Se para os produtos produzidos no Brasil a situação não é da melhores, como estarão, então os produtos importados? Ainda mais depois da alta do dólar. A cereja do bolo no momento crítico econômico brasileiro. Esse é aquele momento em que o consumidor passa a controlar mais os seus gastos e a fechar mais a carteira. Dessa forma, itens tidos como supérfluos e estrangeiros acabam sendo menos escolhidos. Dando lugar para aqueles que são mais necessários e de produção nacional, já que o preço é mais em conta. Um exemplo pode ser visto na indústria automobilística. Se já não bastasse a redução drástica nas vendas das empresas nacionais, agora, também foi o momento das marcas de fora sentiram o impacto.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, Abeifa, a quantidade de veículos emplacados em 2014 teve queda de quase 15% dos emplacados em 2013. Além disso, as 28 marcas de automóveis e comerciais leves associadas emplacaram, em fevereiro, quase seis mil unidades, uma redução de 22,9% com relação a janeiro. E de 32,5% comparando com fevereiro do ano passado.
De acordo com a associação, o resultado reflete a falta de perspectiva de melhora da economia nos curto e médio prazos e a forte queda do índice de confiança do consumidor. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, confiança essa que atingiu 100 pontos, o menor nível desde 2001. “O desempenho de janeiro já sinalizava que a luz vermelha estava acessa e o mês de fevereiro confirmou que teremos um primeiro semestre bastante difícil”, afirma Marcel Visconde, presidente da Abeifa. “Como agravante, nossas associadas importadoras foram ainda mais afetadas pelo aumento galopante do dólar nos últimos 60 dias”. 
IMPORTÂNCIA DO IMPORTADO
Mais do que um símbolo de status, Visconde explica que os carros importados têm uma grande importância para a economia como um todo. Por conta do diferencial que oferecem, ele conta que consumidor brasileiro cria maior consciência sobre o que é ser “Best in Class” (ou o melhor da categoria). “Esse efeito impulsiona a indústria local a melhorar seus padrões de excelência, não somente no Brasil, como em outros países emergentes.” Essa é uma das razões para as marcas estrangeiras não deixarem de investir no País.
Outro motivo para continuarem no mercado brasileiro é o fato de que a própria indústria nacional ambiciona ampliar seu potencial de exportação. “Entretanto, para isso, os consumidores de outras nações têm de confiar que podem comprar produtos ‘Best in Class Made in Brazil'”. E é preciso que o nosso próprio mercado também tenha espaço para os importados. “Ao oferecer padrões de excelência visíveis a todos os consumidores e incentivá-los a exigir mais qualidade, inovação e segurança, o setor de carros importados desempenha importante papel no Brasil.” Uma prova foi seu crescimento entre os anos de 2009 e 2010, em que o emplacamento de veículos foi de mais de 112%.

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