Nem bem o ano começou e o País se viu em uma nova discussão no mercado, a nova regra de ICMS para o comércio online. Desde o dia 1º de janeiro, donos de e-commerce devem pagar impostos não só no estado de origem de produto, como também no de destino. Com isso, muitos pequenos varejistas do comércio eletrônico fecharam suas lojas, por verem que o gasto maior não seria benéfico. Ou então, há aqueles que já passaram a realizar apenas entregas em seus próprios estados de origem. “Com a medida, muitas empresas do setor, desde grandes varejistas até pequenos, passaram a sofrer com a nova burocracia que isso representa, junto do aumento do custo para enviar uma mercadoria”, comenta Juliano Motta, diretor geral da LeadMedia no Brasil, empresa responsável pelo buscadescontos.com.br e blackfriday.com.br.
Depois de tanta polêmica, no mês passado, uma liminar conseguiu que a medida fosse direcionada apenas às empresas registradas no regime de tributação Simples Nacional. “Segundo órgãos de e-commerce, essa categoria representa 80% do comércio eletrônico”, afirma o executivo. Apesar de já ter facilitado a dinâmica para pequenos e médios empreendedores, a medida ainda pode resultar em um aumento no preço de companhias maiores. Necessária ou não, a medida modificará o desempenho de lojas virtuais. “A mudança pode acarretar uma série de problemas na operação de um e-commerce. A primeira delas é a burocracia, já que é preciso emitir mais de uma guia de pagamento para cada venda”, adiciona ele.
Uma vez com os preços ficando mais caros, a possibilidade dos consumidores diminuírem a frequência na compra. Principalmente, neste atual momento desfavorável da economia e do País como um todo, em que ele já estava em uma posição de maior cautela e atenção. Tendo, inclusive, o e-commerce como um refúgio, já que as condições de pagamento eram melhores, havia mais ofertas e também a comodidade. Não por menos, setor foi um dos poucos a fechar o ano com porcentagens positivas. Com tudo isso, o risco de fechamento de lojas pode vir a aumentar. “A nova regra afeta diretamente o princípio do comércio eletrônico, que é facilitar a compra de produtos pela internet. E pune ainda mais o consumidor”, acredita Motta.
O que pode ser feito, então, é desde já as lojas procurarem por alternativas, que façam com que esse aumente de gasto não as prejudique tanto e, ainda, consigam manter a presença ativa de seus públicos. Entre seus conselhos, o diretor considera a redução de custos onde for possível na parte de operação. “Outra opção é investir em serviços premium como a Amazon Prime ou o Submarino Prime. Eles prometem uma entrega mais rápida para um catálogo de milhares de produtos a partir de uma mensalidade de R$ 99”, relata. Um caminho que também poderia fazer com que a empresa passasse a atender um novo nicho, o de luxo. Ou seja, não só garante permanência, como aumenta distribuição de mercado.