O otimismo do empresário brasileiro teve uma queda drástica em 2013, um recuo de 38 pontos porcentuais (p.p.) ao longo do ano, na avaliação do International Business Report, IBR, do 4º trimestre de 2013 da Grant Thornton, colocando o País na 32ª posição mundial, contra a 22ª posição que o Brasil ocupava no ranking do trimestre anterior. É a maior queda entre as economias globais, dado que no primeiro trimestre de 2013, o empresariado brasileiro apresentou um índice de 48% de otimismo, acima da média global de 27%. Atualmente o índice é de 10% contra o mesmo 27% globalmente. O estudo é feito com 12.500 empresas em 44 economias, sendo 300 companhias brasileiras.
A pesquisa revela que as empresas em mercados desenvolvidos querem impulsionar as perspectivas de crescimento global de negócios em 2014, enquanto os pares nas economias dos BRICs enfrentam um período mais desafiador. Durante 2013, o otimismo de negócios nas economias do G7 era de menos 16% em comparação com 48% nas economias dos BRICs. No entanto, a perspectiva para 2014 é muito diferente, com o otimismo no G7 subindo para 28%, impulsionada por melhorias no Japão, Reino Unido e EUA, um aumento de 44 p.p.. O otimismo nos BRICs caiu 17 p.p. para 22%, com o Brasil atingindo um ponto mais baixo (10%) e a Rússia seu nível mais baixo desde 2009 (1%).
No último trimestre de 2013, entre os executivos consultados no Brasil, 64% preveem aumento das receitas de suas empresas, uma redução de 7 p.p. em relação ao trimestre anterior. Apesar da queda, o Brasil ainda está à frente da média global de 52%. A boa notícia é que 57% estimam elevar a lucratividade, contra 52% no 3º trimestre do ano, um aumento de 5 p.p. e acima do 40% da média global. Mas a boa expectativa de receita não se reflete nos planos de investimentos futuros. Apenas 22% dos executivos falam de novos investimentos, uma redução de 6 p.p. em relação ao último trimestre, e um resultado muito pouco acima da média global, de 19%.
Para os empresários pesquisados pelo IBR, o grande entrave para os planos de expansão das empresas é sem dúvida a incerteza econômica, com 48%, contra 54% no trimestre anterior; e a burocracia, com 53%, colocando o Brasil na 5ª posição mundial de país mais burocrático.
Regionalmente, o otimismo na América Latina chegou a 26%, contra 38% no trimestre anterior, o valor mais baixo desde 2009. Impulsionado em grande parte pelo Brasil, mas também por outras quedas como México com 58%, queda de 2 p.p. e Argentina que tem índice negativo de -4%, contra -2% do trimestre anterior e ocupa a 39ª posição do ranking global.
Mundialmente os setores mais promissores são os de saúde, e de infraestrutura como abastecimento de água, eletricidade e gás, com 36%, e o menos otimista é o de tecnologia limpa, com 11%.
“Os indicadores de otimismo e crescimento dos negócios têm aumentado substancialmente no G7 ao longo dos últimos 12 meses, com números em muitos mercados emergentes caindo, o que sugere um reequilíbrio da economia global. A esperança é que estamos nos movendo em direção a uma economia global mais equilibrada, com menos extremos. Este cenário deve apoiar as perspectivas de crescimento do negócio, com maior equilíbrio e menos volatilidade, o que significa que as empresas podem planejar o futuro e tomar decisões com maior segurança.”, comenta Nelson Barreto, Sócio da Grant Thornton Brasil.
Na lista dos países mais otimistas estão os empresários das Filipinas e Emirados Árabes (90%), Peru (84%), Indonésia (78%), Nova Zelândia e Dinamarca (74%) e Reino Unido (71%). Entre os menos otimistas, está a França (-38%), Grécia e Tailândia (-20%), Espanha (-9%), Taiwan (-6%) e Itália (-4%).