Muito se tem discutido sobre os requisitos essenciais e indispensáveis para que uma empresa seja atrativa e, conseqüentemente, competitiva em mercados globalizados do momento. Não obstante a individualidade de cada empresa e cultura de gestão, executivos de grandes empresas multinacionais conseguiram catalogar tais segredos.
O passo inicial deste processo passa por uma comunicação interna aberta baseada num ambiente extremamente familiar entre gestores e colaboradores, redundando em confiança e responsabilidade entre ambos. A empresa deve ter bem definido seus objetivos, programações de lucratividade, aliados à cumplicidade de cada colaborador, conscientizando-o de seus direitos e deveres. Tudo isto é definido como “comunicação interna”. O foco central da atual gestão de recursos humanos, uma nova cultura empresarial, é preciso confiar no principal patrimônio da empresa – o seu capital humano, o intelecto e talentos de cada colaborador. O grande alvo é saber-se valorizar a contribuição de cada um, aproveitar a capacidade inovadora que eles nos trazem e, sobretudo, tratar o público interno, o funcionário, do mesmo modo como é tratado o público externo da empresa.
Equivocada é a gestão que trata o “público interno” diferentemente do “público externo”. O importante, nesta nova cultura empresarial, é apostar na capacidade e no calor humano de cada colaborador, motivando-o, a cada momento, a ser mais competente. O segredo é acreditar no desenvolvimento das pessoas, que se traduz em qualidade, rentabilidade, cumplicidade, trabalho em equipe, senso de responsabilidade de que ele é a empresa, em síntese: ter-se uma equipe comprometida com o sucesso pessoal e profissional.
“Para ser uma das dez melhores empresas do Brasil, para se trabalhar e ser atrativa, uma organização deve se preocupar em desenvolver programas para construir um ambiente de trabalho produtivo e com qualidade de vida para os funcionários “, afirma Ana Maria Diniz, vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar.
Nesta mesma linha temática, o empresário Antônio Hermírio de Morais, em entrevista à Revista Veja, no dia 05/11/03, assim se expressou, quando lhe perguntaram: qual a fórmula de sucesso para que uma empresa seja atrativa, competitiva e lucrativa? “O fundamental é seguir a lógica, o bom senso e saber ouvir as cabeças que você tem na empresa. Não existem truques. Nossos melhores colaboradores estão conosco, há décadas, trabalham dez horas por dia e são homens sinceros, competentes, sabem agregar valores para os nossos produtos e serviços”.
Pesquisas realizadas por grandes e renomados consultores de empresa, requisitos outros podem ser apontados como vertentes de uma empresa atrativa no mercado atual, como: saber delegar funções, levando as pessoas a pensarem em favor da empresa, transformando-as em representantes da própria empresa, conscientizando-as de que a empresa é cada colaborador. Portanto, as empresas atrativas, lucrativas é aquela que sabe dividir responsabilidade e delegar funções. Ao lado desta nova cultura, avulta-se um novo conceito de “administração de empresa” consistindo num planejamento estratégico para todas as ações da empresa, evitando-se assim, a gestão do “corre para apagar o fogo”. Isto é amadorismo, algo inadmissível na empresa moderna. A improvisação gerencial não pode mais ter lugar na empresa atual. O consumidor não mais está disposto a pagar pela incompetência da empresa e dos seus funcionários.
Em síntese, a empresa atrativa é aquela que sabe harmonizar a satisfação dos seus colaboradores voltada para um outro grande capital da empresa – cliente, o qual se constitui no grande alvo de sobrevivência, mercê encantamento do mesmo.
João Gonçalves Filho (Bosco) é administrador de consórcio, e-mail: [email protected]