João Gonçalves Filho
Muito se tem discutido sobre a contribuição que a empresa moderna possa oferecer para a educação em nosso país, embora esta seja por princípio uma atribuição específica do Estado. Entendemos que, face à complexidade dos problemas brasileiros, nesta área, a participação da iniciativa privada seria extremamente desejável.
Como afirma o Prof. Moura Castro, expert no assunto, “a educação e a escola não são temas de governo, à exemplo de muitas outras mazelas brasileiras, mas de todos, de cada cidadão”. Como reflexão, certamente, as nossas empresas, segmentos dos mais autênticos e inovadores da sociedade hodierna, bem que poderiam e deveriam engajar-se e contribuir em projetos que viessem beneficiar a educação da comunidade em que atua, agregando-se num objetivo de responsabilidade social.
Como ratificação deste novo objetivo empresarial, já se pode comprovar que existem empresas que contribuem de dupla maneira: pela formação de seus colaboradores, que concorrerão para a sedimentação de conhecimentos de que a empresa necessita e no apóio a projetos que visem em benefícios para a educação de camadas carentes da comunidade em que a empresa se localiza.
Qual o grande objetivo ou resultante para uma empresa que colabora na educação dos seus colaboradores? Assumindo a empresa uma co-responsabilidade pela formação dos seus funcionários, cria esta amplas condições para a construção do conhecimento, hoje tão necessário e imprescindível para a tão propalada competência da empresa, mercê à concorrência acirrada em mercados globalizados, à descoberta de novos líderes e a um contínuo aperfeiçoamento intelectual dos seus colaboradores.
Para o Prof. Ricardo Young, presidente do UniEthos, “o empresário deve compreender que o conhecimento necessário ao seu desenvolvimento seja contínuo, atualizando-se sempre”. E mais “o conhecimento, esteio maior e essencial para a definição das estratégias de negócio, cujo processo é dinâmico e infindável, deixou de ser um bem que se possa comprar no mercado, pela contratação de pessoas talentosas ou pela aquisição de tecnologia”.
A empresa de excelência tem como um dos parâmetros a presença de “craques” em seu quadro funcional interno, ou seja, requer uma constante descoberta de novos “ronaldinhos” dotados de criatividade, aperfeiçoamento profissional continuo, determinação para alcançar o sucesso, qualidades e atributos que emergem, certamente, pelo conhecimento. Portanto, é preciso investir no aperfeiçoamento do seu público interno, com a criação de alternativas para um desenvolvimento e aprimoramento de técnicas contínuas de gestão, em todos os seus níveis, que levarão a empresa à lucratividade e jamais a paranóia constante de alguns empresários que excluem o alicerce do conhecimento como imprescindível para a sua sobrevivência empresarial.
Como pode, na prática, contribuir a empresa na educação dos seus colaboradores? Muitos são os caminhos ou maneiras. Incentivá-los à conclusão do ciclo de estudos: ensino fundamental até o desenvolvimento de uma Universidade Corporativa para complementar a formação acadêmica na atividade da empresa ou que a ela esteja agregada, levando-os ao grau de um profissional competente. Proporcionar-lhes oportunidades na participação de cursos, seminários administrados pos entidades de classes, como: Sebrae, sindicatos, Clubes de Diretores Lojistas (CDL), palestras de auto-motivação, conhecimento do produto, enfim, todos os meios de aprendizado e comunicação estendendo-se até à utilização da Internet nos seus próprios espaços físicos ou criando uma linha de financiamento para aquisição de tais instrumentos. Uma outra forma de garantir que o conhecimento seja contínuo é estabelecer uma nova interatividade com centros de pesquisas, indo alimentar-se das novas técnicas do conhecimento humano. Equivocado o empresário que pensa e age diferentemente deste novo contexto empresarial. Em pouco tempo, perderá a força da competitividade!
Como reflexão final, a sobrevivência da empresa e do ser humano, cada vez mais, estão estreitamente relacionados com a evolução do conhecimento humano e as novas descobertas científicas.
João Gonçalves Filho (Bosco) é administrador de Consórcios. ([email protected])