Autor: Eder Balbino
Ao longo dos últimos anos, acompanhei de perto as queixas de executivos e analistas quanto aos desafios para se tornarem mais competitivos. Percebi que o mercado está se orientando, cada vez mais, por dados. Ao mesmo tempo em que está mudando o perfil dos decisores de investimentos em tecnologia, também se transforma o perfil das empresas mais competitivas do mundo: elas são jovens, dinâmicas e altamente tecnológicas. São empresas que souberam lidar com dados e os transformaram em informação valiosa para direcionar seus negócios.
E muito do que estamos vendo não foi guiado por altos investimentos em plataformas tecnológicas, o que estamos acompanhando é o caminho bimodal, com uso de soluções mais acessíveis e que tragam resultados rápidos. Até mesmo grandes empresas já não enxergam como solução ideal as tecnologias complexas, com alto investimento e dependentes de um time de analistas extremamente especializados.
Prova disso é o fato de a maioria das tecnologias do tema Big Data ser gratuita e open source, a exemplo de sua maior referência, o Hadoop. Organizações que buscam eficiência operacional e que não têm tempo para projetos de implantação que levam meses ou até anos, estão se despontando como as que de fato se tornam orientadas por dados. O que as empresas querem é velocidade, resolver seus problemas de forma rápida e com baixo custo. E mais, querem engajamento de todas as áreas, não apenas da área de Analytics ou de TI.
Com essa motivação surgem novas ideias, soluções que chegam para competir com os grandes players do mercado, e que são acessíveis às empresas de pequeno, médio ou grande porte. As áreas de negócio estão se preparando para depender cada vez menos de TI, tornando organizações data driven. Hoje, o Brasil está entre os maiores mercados de TIC do mundo, ocupando a 7ª posição, e ainda tem muito a oferecer.
As empresas não se tornarão data driven enquanto delegarem a TI a responsabilidade de transformar dados em informação. Milhares de empresas estão ganhando espaço no mercado porque já nascem digitais e orientadas a dados. Já as companhias tradicionais precisam, e devem se transformar para recuperar o mercado e se reposicionarem. Empresas data driven são mais competitivas porque compreendem o comportamento de compra de seus clientes, o que possibilita criar estratégias mais inteligentes e ofertas direcionadas, assim como são mais inteligentes com o uso de dados em compras, finanças e todos os demais departamentos.
Eder Balbino é cientista de dados e co-fundador da Gaio.