Escassez de talentos



Escassez de recursos, queda das bolsas e desaceleração econômica foram alguns dos sintomas da crise enfrentada pelos mercados em todo o mundo. Um dos segmentos que mais sofreram com esse período de instabilidades foi o mercado de trabalho, que passou por um sério momento de redução de investimentos. Segundo pesquisa da Manpower, empresa de serviços em Recursos Humanos, embora haja vagas disponíveis em diversos nichos, uma forte escassez de talentos faz com que os gestores optem por não contratar, deixando vagos cargos importantes nas companhias.

 

O estudo contou com a participação de 39.000 empregadores em 33 países, dentre eles Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra, México e Canadá, e equivale ao primeiro quadrimestre de 2009. De acordo com o levantamento, 30% dos empregadores sentem dificuldades em preencher as vagas, o que demonstra incompatibilidade entre as qualificações profissionais disponíveis e o perfil demandado pelos executivos.

 

“Em um ambiente em que as empresas precisam trabalhar mais estrategicamente e de forma criativa, com economia de recursos, os gestores procuram otimizar as operações com uma equipe cada vez menor. Embora haja abundância de mão-de-obra no mercado, por não atenderem aos requisitos exigidos hoje pelas empresas, ela não é aproveitada”, afirma Augusto Costa, diretor geral da Manpower.

 

Dentre os cargos que mais enfrentam a escassez de talentos estão os de ofício manual (como eletricistas, encanadores, carpinteiros e soldadores), representantes de vendas e técnicos (produção, operação, manutenção). “Essas profissões são pouco procuradas hoje pelos profissionais, que se interessam mais por áreas tecnológicas e de gestão na chamada era da informação. Pode parecer contraditório, mas em tempos de crise, não são os cargos administrativos que estão em falta”, explica Costa.

 

Somente na região da América Latina, 36% dos gestores apontam dificuldades em preencher vagas por conta da escassez de mão-de-obra qualificada no mercado. Em comparação ao ano passado, houve aumento de 8 p.p. (pontos percentuais) no índice. Dentre as profissões citadas pelos empregadores, bons técnicos são os mais difíceis de encontrar, seguidos de profissionais de finanças.

 

“Acompanhando o mercado brasileiro, verificamos que os cargos que mais sofrem de escassez de talentos são os de construção civil e técnicos especializados. Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e globalizado, apostar em áreas de baixa procura pode ser uma ótima alternativa contra o desemprego, ainda mais em tempos de crise mundial”, aponta Costa.

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