Ter uma loja tem suas vantagens, sua infra-estrutura gera várias possibilidades advindas com o fato de se ter maior espaço físico, conforto para o cliente, facilidade de contato com os produtos, recursos de layout e de arquitetura, entre outros. O quiosque, por sua vez, também tem suas qualidades. Segundo o consultor especializado em varejo, Xavier Fritsch, o quiosque, além de funcionar como um complemento do ponto comercial fixo, pode ser também uma vitrine ampliada e externa a essa loja. “Acho extremamente positivo o quiosque no varejo por estar em pontos estratégicos e por levar ao público as novidades e lançamentos da marca que está vendendo”, diz Fritsch.
Devido a não precisar pagar pelo ponto, e somente pelo metro quadrado, o investimento em um quiosque em shoppings pode ser considerado para alguns varejistas mais seguro em comparação a uma loja. Em compensação, a estabilidade tende a ser uma desvantagem, visto que, normalmente, os seus contratos são mais curtos (média de dois meses) e por oferecer menor segurança.
A rede brasileira de óculos de sol e relógios Chilli Beans é um exemplo de empresa que alia os dois formatos de ponto-de-venda em um mesmo centro de comércio. Como estratégia de entrada nos shoppings, a marca prioriza a abertura de quiosques. “É um formato menos arriscado, tendo em vista que o quiosque é móvel e pode circular pelo shopping até encontrar o local certo da sua demanda”, fala Mario Ponci Neto, diretor de expansão da rede. A Chilli Beans passou de 21 quiosques (e nenhuma loja) em 2001 para 172 pontos distribuídos pelo Brasil, Portugal e Estados Unidos em 2007. Destes, atualmente, 45% são quiosques e 55% lojas.
Para Xavier Fritsch, quando a operação está associada a uma outra loja, esta pode se configurar em um poderoso reforço de imagem. “Assim, a marca da empresa tem a chance de ocupar mais espaço na mente do cliente”, analisa. Ele ainda observa: “Esta é a mesma estratégia usada por grandes redes de varejo como Lojas Colombo, Casas Bahia e Ponto Frio”.