Aprendendo com as multinacionais – que durante muito tempo foram cobiçadas pela grande maioria dos executivos brasileiros – as empresas nacionais passaram por reformulações e optaram por um modelo de gestão que está agradando, e muito, os profissionais brasileiros. Essa nova realidade no mercado empresarial está provocando mudanças significativas na cabeça dos nossos profissionais, que estão vendo com novos, e bons olhos, as empresas nacionais.
Para compreender esta tendência de “nacionalização” do mercado, a Grace & Co. Executive Search realizou recentemente uma pesquisa. Foram entrevistados 107 executivos, sendo a maioria homens, com idades entre 36 e 45 anos. Um dos dados mais surpreendentes do estudo é que 60,75% dos profissionais não trocariam a companhia brasileira em que se encontram por uma multinacional.
Segundo Grace Pedreira, diretora geral da consultoria, os números obtidos mostram um alto índice de infelicidade por parte dos profissionais que estão nas multinacionais. A pesquisa apontou que 76,63% trocariam – se tivessem esta possibilidade – seu estável emprego numa empresa multinacional por um em uma nacional. Claro que estes profissionais não deixariam a multinacional por uma organização brasileira qualquer, mas sim por uma grande companhia que hoje tem muito a oferecer.
Dentre os fatores que estão determinando essa preferência nacional está a liberdade para a tomada de resoluções, que vem atrelada ao fato de que nas empresas brasileiras os executivos ficam mais próximos à sua chefia e, portanto, do poder decisório da organização. Outro ponto que está ajudando nessa mudança de filosofia de vida é a nova política de remuneração que as empresas brasileiras vem adotando nos últimos anos, mais próxima da utilizada pelas multinacionais. Hoje, as empresas no Brasil estimulam os funcionários a alcançar metas e ganhar conforme os resultados atingidos. Para isso utilizam “recompensas”, atreladas ao desempenho dos profissionais.
Desejadas pelos jovens – Seguindo a mesma linha de raciocínio dos executivos seniors, os recém-formados também estão vendo nas empresas nacionais um sonho para a carreira. Com modernos programas para trainees e estágios que, na grande maioria das vezes, resultam em contratação, os jovens talentos – saídos ou ainda no fim de seus cursos universitários – têm procurado bastante pelas companhias brasileiras.
Para a consultora Grace Pedreira, esse dado demonstra um excelente progresso em relação à aceitação por nossas companhias. “É uma prova de que, hoje, elas não estão devendo em nada para as multinacionais, muito pelo contrário”, finaliza Grace.