Expectativa das operadoras latinas

Expansão da cobertura de redes 3G e 4G, melhoras na qualidade do serviço móvel, proliferação de smartphones e migração de clientes pré-pagos para planos controle estão impulsionando as oportunidades de crescimento das operadoras de serviço móvel na América Latina. As empresas estão buscando atrair mais clientes para planos pós-pagos para aumentar sua receita média, em um mercado onde planos pré-pagos representam 74,2% das 546,8 milhões de linhas em serviço. A Frost & Sullivan estima que, com a migração de usuários pré-pagos para os planos controle, mais acessíveis que os planos pós-pago puros, as conexões pós-pagas devem crescer de 25,8% em 2015 para 31% em 2021. 
Em uma nova análise feita pela empresa mostra que o mercado deve voltar a crescer nos próximos anos apesar da queda de 18,7% nas receitas em 2015 comparado ao ano anterior. Resultado que é consequência, principalmente, à grande variação nas taxas de câmbio verificada neste ano. Uma vez que a maioria dos mercados locais tiveram algum crescimento em moeda local. A receita total do mercado em 2015 foi de US$58,32 bilhões, com o número de linhas caindo 3% para 546,8 milhões, dada a política de churn das operadoras que levou à desconexão de linhas inativas, especialmente no segmento pré-pago. Com a crescente adoção de serviços de dados móveis, a expectativa é que a receita do mercado cresça para US$76,85 bilhões em 2021, a uma taxa media anual de 4,7%. 
“As linhas pós-pagas também estão crescendo devido à comunicação máquina a máquina (M2M) e aos subsídios oferecidos pelas operadoras na compra dos aparelhos, uma vez que muitos consumidores ainda estão migrando de feature phones para smartphones”, afirmou a analista de indústria de transformação digital da Frost & Sullivan, Georgia Jordan. “O segmento pré-pago, por sua vez, deve continuar caindo devido às medidas regulatórias de corte de tarifas de interconexão, que eventualmente reduzirão a diferença de preço entre chamadas on-net e off-net, eliminando assim a necessidade dos consumidores utilizarem múltiplos SIM cards”. 
Dessa maneira, as operadoras esperam compensar essa queda nas receitas de interconexão gerada pelos cortes regulatórios com o crescimento das receitas de serviços de dados como banda larga móvel, M2M e serviços de valor agregado (SVAs). O que, atualmente, representam 37,3% da receita total de serviços móveis, e devem crescer para 57,3% em 2021. Por outro lado, a falta de concorrência em zonas rurais e a concentração do mercado em alguns países ajudam a segurar o crescimento do mercado. De acordo com a pesquisa da Frost & Sullivan, os governos latino-americanos buscam incentivar a competitividade nesse mercado com a implantação de medidas de portabilidade numérica e com a regulação de operadoras móveis virtuais (MVNOs, na sigla em inglês). 
“Em alguns casos, as iniciativas dos governos latino-americanos, como a portabilidade numérica e a regulação das MVNOs, tiveram pouco sucesso em ampliar a competição no mercado”, ressalta Georgia. “Por outro lado, muitas MVNOs, como a Virgin Mobile e a varejista chilena Falabella, vêm lançando serviços ou anunciando planos para iniciar operações em diversos países da região”. 
Brasil, maior mercado
O relatório ainda aponta que o Brasil é o maior mercado de serviços móveis da América Latina, com 47,5% das linhas e 34,6% das receitas. Essa diferença se deve à alta penetração de usuários pré-pagos no país. Já na Colombia e México mais de 80% dos usuários são pré-pagos, devido à alta concentração competitiva desses mercados, gerando baixas taxas de penetração do serviço móvel.
O mercado mais maduro da região é o Chile, com 5% das linhas e 7% das receitas. O país também conta com a taxa mais alta de penetração do serviço, com 151,5 linhas por pessoa, e a mais baixa proporção de usuário pré-pagos, de 68,9%.

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