Pelo segundo mês consecutivo, as famílias paulistanas demonstram recuperar a intenção em consumir bens e serviços. Por outro lado, ela ainda continua menor do que a registrada em outubro de 2013, como indica pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, FecomercioSP.
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou alta de 0,6% de setembro para outubro e atingiu 110,1 pontos. Já no comparativo anual, o patamar atual é 12,2% menor do que o observado em outubro do ano passado, quando registrou 125,3 pontos. Apesar de ainda estarem próximos à zona de insatisfação, vários itens que compõem o ICF apresentaram melhora em outubro. O maior destaque foi na Perspectiva de consumo, com alta de 4,1% e 106,5 pontos. O Nível de consumo atual subiu 0,4%, porém, sua pontuação alcançou 83,3 pontos. Emprego atual avançou 1,1%, enquanto Perspectiva profissional obteve elevação de 2,2%. Também avançaram no mês, mesmo que levemente, Renda atual e Acesso a crédito. O primeiro teve ligeira variação de 0,3%, chegando aos 123,4 pontos. O segundo subiu 1% em relação a setembro, com 123,1 pontos.
O único item do ICF que ficou abaixo do registrado em setembro foi o Momento para duráveis, que caiu 5,7%, para 88,1 pontos. Este é o sexto mês consecutivo abaixo dos cem pontos e se aproxima do recorde negativo de 87 pontos vistos em julho deste ano. Segundo a assessoria econômica da Entidade, essa marca indica que as famílias ainda consideram que é um mau momento para comprar bens como geladeira, fogão e carro.
Na comparação com outubro de 2013, apenas um item (Emprego atual) registrou crescimento (3,1%). Todos os outros tiveram retração de dois dígitos, que variam de -11,6%, no item Nível de consumo atual, a -23,7%, no item Momento para duráveis. Na avaliação por faixa de renda, há divergência na satisfação com as condições econômicas. As famílias que ganham até dez salários mínimos apontaram recuo de 0,2%, atingindo 111,6 pontos, enquanto as que recebem acima de dez salários mínimos registraram elevação de 3,3%, subindo para 105,6 pontos.
A Federação ainda destaca que impactam diretamente no poder de compra das famílias a inflação acumulada em 12 meses na região metropolitana de São Paulo, que atingiu 6,7% em setembro, e o aumento de 9,2% no grupo com maior peso no orçamento doméstico, Alimentos e bebidas. A economia crescendo muito pouco e os juros altos também contribuem para o desestímulo ao consumo.