Para entender o comportamento dos viajantes, a Expedia lança um estudo realizado em 19 países sobre como as pessoas se comportam no período de férias. Em setembro deste ano, cerca de 11.150 adultos empregados foram entrevistados pela Northstar na América do Norte, Europa, América do Sul e Ásia-Pacífico. O fenômeno de resolver assuntos pessoais nos dias de férias foi confirmado pelo estudo, que expõe que cerca de 67% dos trabalhadores no mundo aproveitam os dias livres para marcar compromissos pessoais e resolver assuntos não finalizados. O fato parece ser mais comum em países em desenvolvimento como na Índia e Brasil, onde respectivamente 85% e 84% servem-se dos dias livres para colocar em dia os assuntos da vida pessoal. Ainda, mais de um quarto dos brasileiros respondentes (28%) disseram que, no último ano, usaram cinco ou mais dias de férias resolver tarefas pendentes. Em contrapartida, 31% dos japoneses não sentem que devem gastar o tempo das férias para questões pessoais, assim como os 54% dos neozelandeses e 53% dos canadenses.
Quando questionados sobre o período que julgam necessário para relaxar completamente, se desligar do trabalho e “resetar” a mente para recuperar a produtividade, 20% dos respondentes brasileiros disseram que precisam de ao menos uma semana para entrar no clima do descanso. Alemães, franceses e indianos possuem comportamento parecido com brasileiros nesse ponto, diferentemente da maioria dos trabalhadores asiáticos, que precisam de apenas um dia completo de folga para se sentirem menos ansiosos, estressados e mais relaxados – chineses (34%), sul coreanos (33%) e taiwaneses (31%). “Com essa pesquisa, comprovamos que as pessoas sentem que o cansaço e o estresse vão se acumulando com a rotina diária de trabalho e por conta da quantidade de compromissos que acabamos assumindo ao longo do ano. Por isso, precisam de período fora dos compromissos profissionais para relaxarem completamente”, explica Carolina Piber, diretora sênior global de varejo para a marca Expedia.
A preocupação com o período de férias em todo o mundo aumenta ao longo dos anos, segundo constata a pesquisa, com 58% dos adultos empregados mundialmente descrevendo-se como privados de férias, um aumento de 53% em 2017 e 49% em 2016. A pesquisa revelou, também, que os sentimentos de privação de férias tendem a ser mais altos em toda a Ásia, com trabalhadores da Índia liderando essa estatística mais do que qualquer outro país – 75% dos indianos se sentem muito menos privados de férias, acima dos 60% em 2017. Apesar desse sentimento, mais da metade dos indianos (53%) usa menos os dias de férias dos 20 aos quais têm direito. No Brasil, onde o trabalhador tem direito a 30 dias de férias, 83% dos pesquisados tendem a utilizar todos os dias das férias que têm direito. Ainda que utilizem todos os dias de férias que possuem, os brasileiros costumam trabalhar um ano ou mais sem férias (46%), enquanto 12% dos trabalhadores italianos atuam um ano ou mais direto para usufruir de férias.
Ainda segundo a pesquisa, a maior parte dos entrevistados da Ásia e do Pacífico acaba não utilizando as férias por preferirem guardar esse benefício para alguma emergência futura ou mesmo acumulá-la para um período ainda mais longo – Índia (46%), Singapura (39%) e Austrália (34%). Quando não usam as férias, cerca de 30% dos norte americanos e dos canadenses o fazem por falta de orçamento para uma viagem. Já a maioria dos brasileiros aponta que prefere aproveitar o dinheiro das férias não utilizadas de outra forma.
Outro destaque apontado pelo estudo é o intrínseco “Fear of switching off” (medo de se desligar) que grande parte da população mundial sente ao se desconectar do trabalho durante o período de férias, especialmente latino americanos. Mais de 60% dos brasileiros e dos Mexicanos já tiveram férias canceladas por compromissos profissionais e quando estão no período de descanso, cerca de 30% checam e-mail e outros tipos de recados ao menos uma vez por dia. Na Europa e na Ásia, esse fenômeno acontece de forma mais amena, onde cerca de 30% dos respondentes ingleses e australianos já cancelaram férias por motivos de trabalho, e apenas 13% das pessoas abrem o e-mail nesse ínterim.