Autor: Marcelo Ponzoni
Primeira pergunta: Quem é o cliente? Uma pessoa como nós, como nossos parentes, vizinhos, amigos. Bem, uma pessoa. Então vamos mudar de Relacionamento com o Cliente para Relacionamento com as Pessoas. Perceba que uma das grandes habilidades das pessoas que se relacionam bem é a espontaneidade. Veja também que para exercer um relacionamento capaz de gerar frutos existem vários pilares elementares.
Gostar de pessoas é um dos requisitos. Pessoas que gostam de pessoas julgam pouco e procuram entender os outros, pois todos nós, em situações diferentes, expomos nossos pontos positivos e negativos.
Gostar de pessoas é um dos requisitos. Pessoas que gostam de pessoas julgam pouco e procuram entender os outros, pois todos nós, em situações diferentes, expomos nossos pontos positivos e negativos.
Normalmente, quando entrevisto candidatos, peço-lhes para colocar três pontos positivos e três negativos sobre si. Costumo pedir primeiro os positivos, que saem com enorme facilidade e rapidez. Logo após, peço os negativos; aí começam os pensamentos, as confusões, os famosos “veja bem”. Muitas vezes, passam-se mais de cinco minutos e nem o primeiro ponto negativo aparece. Esse comportamento é comum, pois as pessoas, principalmente os jovens, pouco se avaliam. Se eu perguntar a um amigo dessas pessoas os pontos negativos delas, as respostas virão aos montes e rapidamente! Isso mostra o quanto julgamos e o quão pouco nos avaliamos de verdade.
É preciso avaliar com antecedência as necessidades das pessoas, pois características não são defeitos. No geral, gostamos mais de pessoas que ouvem àquelas que falam, pessoas sorridentes às soturnas, pessoas estáveis às alteradas; no entanto, sabemos que está longe do nosso alcance tudo ser da maneira que gostaríamos. Sendo assim, é fundamental desenvolver a habilidade para compreender mais as pessoas.
Muitas vezes acabamos deixando de conhecer pessoas fantásticas por preconceito. Conheço algumas pessoas as quais nunca consegui enxergar os dentes em um sorriso ou outras com um grande coração, mas que não conseguem olhar nos olhos das outras, por submissão.
O que quero colocar para todos é que comecem a permitir que pessoas com características específicas que lhes desagradem possam se aproximar sem barreiras. É imprescindível deixar os julgamentos precoces de lado, mesmo que momentaneamente, pois também estamos sendo julgados.
Relacionar-se é o ato de promover permissões sem julgamento. É buscar a compreensão das características, avaliar seus próprios defeitos com mais precisão que o outro e entender os anseios de seu interlocutor antes mesmo que ele se manifeste. É através do relacionamento que se constrói o conhecimento possível para realização de sonhos, sejam eles profissionais ou pessoais. É importante entender que alguém sozinho, isolado, pode dar alguns passos rumo a um objetivo, porém, em determinado momento dessa caminhada, pelo fato da pessoa não saber estabelecer relações, seu objetivo ficará cada vez mais distante e todo o esforço realizado terá sido em vão.
No mundo dos negócios essa premissa é bastante verdadeira. O que seria das empresas e dos consumidores sem o estabelecimento de uma relação? Quando uma empresa “X” deixa de ouvir dúvidas, anseios, reclamações, pedidos ou dicas oferecidos pelo seu público, ocorre a quebra da confiança na relação estabelecida. Um exemplo: no momento da aquisição de um produto ou da prestação de um serviço. Costumo dizer que é no momento da apresentação de uma reclamação, na troca de um produto, na insatisfação do cliente com um fato, ou seja, qualquer o motivo, é que temos que demonstrar maior empenho para reverter a situação e fazer com que a pessoa se sinta satisfeita por ter recorrido a nós. É nesse momento que provamos ao cliente a sua importância para a empresa e, finalmente, reconstituímos as bases de uma relação de confiança possivelmente abalada.
Marcelo Ponzoni é proprietário-fundador e diretor executivo da agência Rae, MP.