Gabriel Camargo, CEO da Deep Center

Futuro digital: bancarização e inclusão financeira

Não é difícil constatar as importantes mudanças que a bancarização traz à sociedade, principalmente para a população mais vulnerável

Autor: Gabriel Camargo

O mundo nunca passou por uma revolução digital tão grande. O acesso à informação por meio da tecnologia encurta distâncias e tem o papel fundamental de promover inclusão. Com isso, vemos também outro fenômeno acontecendo e está relacionado ao acesso de cada vez mais pessoas ao sistema bancário.

Nos últimos anos, a crescente desigualdade social tem levantado alertas em todo o mundo e a bancarização da sociedade, seja física ou digital, tem sido alternativa para diminuir o problema. Ela viabiliza a possibilidade de crédito para a população realizar seus planos, ampliando a capacidade de planejamento financeiro das famílias. Além de dar a mesma oportunidade para todos de proteger seu dinheiro da inflação.

De acordo com um relatório produzido pelo Banco Mundial denominado como Global Findex divulgado em 2017, 70% da população brasileira é considerada bancarizada. Um dos pontos que chama atenção é que a faixa dos desbancarizados se concentra principalmente nas classes C, D e E. Quando essas pessoas precisam de um empréstimo, por exemplo, buscam recursos com amigos ou familiares.

Neste sentido, os bancos digitais fizeram um bom trabalho e cada vez mais pessoas estão ganhando acesso financeiro através da redução de taxas e acesso a aplicativos pelo celular. Além disso, eles não discriminam clientes de acordo com sua renda, em contraposição aos bancos tradicionais que determinam uma série de segmentações para seus clientes, conforme o padrão de renda de cada um.

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, que mediu o impacto no acesso da população brasileira a produtos financeiros de bancos digitais, 19% dos brasileiros hoje possuem conta em bancos digitais e, dentre estes, 30% se encontram nas classes D e E. Só o Nubank já atinge 40 milhões de clientes, sendo 4 milhões a sua primeira conta.

Por conta da estrutura inovadora, não é de se espantar que as fintechs tenham conquistado cada vez mais terreno no Brasil: em 2020, o número de serviços financeiros digitais cresceu 34%, segundo estudo realizado pela Zetta. Ainda segundo a pesquisa, 81% dos brasileiros veem os bancos digitais de forma positiva devido às taxas baixas, à simplicidade, à eficiência, aprovação de crédito e o auxílio no controle financeiro.

Não é difícil constatar as importantes mudanças na sociedade que a bancarização traz, principalmente para a população mais vulnerável. O futuro é digital e as transações bancárias daqui para frente, também.

Gabriel Camargo é CEO da Deep Center.

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