Futuro é aqui e agora

A geração Y, ou millennials, não são apenas a primeira parcela da população que já nasceu com acesso às tecnologias. Entre as mudanças de comportamento em relação às gerações passadas há o fato de que o status social de ter certos produtos não interessa mais. Esse grupo possui uma noção maior sobre consumo consciente e se preocupa mais com as compras desenfreadas e como elas podem prejudicar comunidades e o planeta. Não por menos esse é um público que se mostra adepto ao surgimento das empresas voltadas na economia compartilhada. Além da inovação, esses negócios permitem que o público não só usufrua de serviços, como possa dividir com outras pessoas e ainda criar uma dinâmica nova de mercado – uma vez que também há a oportunidade de gerar empregos.
Sem contar que a própria crise econômica pela qual diversos países passaram, inclusive o Brasil, também foi um ambiente fértil para o desenvolvimento desse modelo. Isso porque as empresas do segmento têm como uma das fortes características o preço mais baixo, com uma qualidade muitas vezes superior. Ou seja, tornando-se ainda uma opção para as pessoas, por conta da redução de custos. “O Uber e Airbnb, dois exemplos clássicos de economia compartilhada, nasceram em meio à crise econômica dos EUA”, comenta João Cristofolini, fundador e CEO da Pegaki, startup cuja base também é de economia compartilhada. Já que, ao comprar pelo e-commerce e optar pela Pegaki como entrega, o cliente não necessariamente precisa esperar o produto em casa, ele pode pegar a entrega em um ponto de retirada próximo. “Sem dúvidas, a necessidade e a consciência das pessoas neste século obrigou a buscar novas formas de consumo”, continua.
Aliás, para o executivo a economia compartilhada já não representa mais uma ideia de consumo futuro. Ela já é o presente. “O Uber e Airbnb são apenas o começo de um movimento que afetará grande parte dos trabalhos”, acredita. Ainda mais que como o principal perfil de cliente são as novas gerações, elas possuem a missão de mudar a forma como o consumo vem sendo feito, bem como a forma de trabalhar. “Acredito que as novas gerações serão decisivas neste processo de mudança que estamos passando em todos os sentidos”.
Mas, não é porque há um grupo de consumidores dispostos a consumir serviços e produtos desses novos negócios, que a conquista pelo público está facilitada. O preço de lançar algo inovador no mercado é o de justamente ter de conquistar confiança de boa parte dos consumidores, ensiná-los sobre seu funcionamento e mostrar seus resultados, a fim de convencê-lo a participar. Condições que levam tempo e trabalho para serem feitas. “Esse é o maior desafio das novas empresas de economia compartilhada, pagar o preço do pioneirismo para educar seu público alvo”, afirma Cristofolini. Com certeza, a primeira grande barreira a ser ultrapassada é a quebra de paradigmas – convencer pessoas de que podem alugar seu quartos e que também é seguro alugar cômodos de estranhos, ou, então, usar o carro próprio para dar caronas remuneradas. Depois disso, o CEO conta que o processo fica muito mais fácil, pois o custo-benefício é grande. “A maior propaganda desses serviços foi feita por indicação dos próprios usuários ou por reivindicação de concorrentes tradicionais que ainda não entenderam que o mundo não é mais o mesmo de 10 anos trás”, diz.

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