GSM e clonagem


A clonagem é um dos fantasmas que assombram o universo da segurança desde o advento da tecnologia. Fazer compras na Internet e se sentir seguro não é tarefa fácil, já que não é raro encontrar vítimas de algum tipo de assalto digital de senhas e, conseqüentemente, prejuízos financeiros reais.

Não por menos, a cultura da compra virtual ainda é algo a ser construído com pilastras mais resistentes, apesar de já haver uma estrutura bem mais fortalecida de quando o e-commerce ainda engatinhava.

Na telefonia móvel a história é muito semelhante. Mas o caminho da segurança foi traçado com mais velocidade e, atualmente, a tecnologia SIMCARD – uso do chip na tecnologia GSM que é responsável pela identificação do usuário pela operadora – virou o cadeado forte no combate a clonagem de números telefônicos e uso indevido da rede.

Ainda não há o conhecimento disseminado de que o sistema de autenticação do GSM baseado no SIMCARD evita a clonagem. Mas a afirmação é verdadeira. Não é possível fazer uma cópia do chip (na atual versão do algoritmo de segurança), ou seja, não há como um assaltante virtual usar a identidade do usuário para efetuar ligações da mesma forma como era feito em tecnologias anteriores da telefonia móvel.

A percepção de que o aparelho foi clonado acontece no momento em que o usuário detecta números desconhecidos em sua conta e, na maioria das vezes, com custos muito superiores do que é de costume. Isto é mais comum na tecnologia CDMA e TDMA. Alegar clonagem de um telefone GSM com a atual tecnologia usada no Brasil é algo improvável e sem registros que tenha sido efetivamente feito.

Há apenas uma via de escape para a fraude com o sistema SIMCARD: o desvio de informações confidenciais que deveriam estar trancadas a sete chaves nos sistemas das operadoras. Os fraudadores adquirem informações dos clientes, o que viabiliza a alocação indevida de ligações nas contas dos usuários, porém o clone do seu telefone não foi criado. O efeito pode ser entendido como tal, mas o fator gerador é bem distinto.

Então, o passo a ser dado é outro. Não podemos confundir que, neste caso específico de crime, não há gargalos ou deficiência da tecnologia. Mas há sim um outro buraco de escoamento de informações confidenciais, o que é totalmente diferente da capacidade de segurança da tecnologia SIMCARD, que ainda é a principal blindagem para o celular.

Alfredo Werner é gerente de marketing e vendas de Telecom da Sagem Orga do Brasil.

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