Autor: Marcelo Zenga
Muito tem se falado sobre Marketing de Guerrilha como se o conceito, que já era tema de livro de Jay Conrad Levinson em 1982, fosse a panacéia para a crise que reduziu o orçamento de marketing das empresas, mas aumentou a cobrança por resultados. De fato, parte da solução pode estar inserida no contexto de guerrilha, desde que se tenha conhecimento profundo do terreno e do alvo, com objetivos bem definidos e conjugando diferentes maneiras de abordá-lo, para a maior eficácia de impacto possível.
No cenário atual de revolução de hábitos e tecnologias e com os avanços do consumo de mídia em mobilidade, em breve esqueceremos as segmentações habituais da mídia em canais, veículos e aspectos sócio-demográficos como conhecemos hoje. Tudo será visto, transmitido e consumido por meio de uma tela interativa, não importa em que lugar ela esteja: no celular, na sala de estar, no carro ou no escritório, levando a guerra pelo consumidor para além das fronteiras da mídia tradicional.
A evolução da Internet, a pluralização das mídias e as novas ferramentas tecnológicas disponíveis no mercado, se utilizadas de forma combinada, são uma trilha direta para quem quer atingir o novo consumidor, a custos cada vez mais acessíveis. Os smartphones, por exemplo, serão 48 milhões na América Latina até 2014, segundo estudo divulgado recentemente pela Pyramid Research, e sabe-se que terão uma presença cada vez maior entre o público jovem e a classe C.
Essa tendência reforça o crescimento do mobile marketing, que já começou a transformar o dispositivo móvel em uma poderosa ferramenta para interação com o consumidor. Não é à toa que este mercado deve movimentar 24 bilhões de dólares no mundo até 2013, de acordo com pesquisa da ABI Research.
Períodos de turbulência econômica como o que estamos vivendo servem como prova de fogo para as organizações inovarem e repensarem seus modelos de comunicação. Neste momento é imprescindível pensar soluções diferentes e criativas para os antigos problemas.
Soluções inovadoras e eficientes, hoje, passam obrigatoriamente pela busca do consumidor em seus hábitos de navegação na internet, na pesquisa das novas relações de consumo e no uso relevante e responsável das novas mídias digitais. Quem busca resultados, hoje, adequa sua linguagem ao público e à pluralidade dos meios em campanhas com as mal exploradas mídias móveis, explora o universo de mídias sociais que já são uma realidade no país, cria tendências, mede tudo que faz na Internet, monitora e altera os rumos das campanhas em tempo real.
Em suma, abandonar de vez o conforto tradicional das ações da mídia convencional, altamente onerosas e nem sempre igualmente eficazes e lançar mão das inúmeras ferramentas cross-media de que dispomos, graças às inovações tecnológicas que o mundo 2.0 nos proporciona, parece ser o novo mantra para o profissional de marketing dos nossos tempos. Bem-vindos todos nós ao mundo da Guerrilha Digital!
Marcelo Zenga é diretor de marketing da Palm no Brasil.