A Harley-Davidson foi eleita a marca Mais Amada de 2016 pelo estudo da Officina Sophia. A conquista da fabricante aconteceu já no primeiro ano em que a categoria “Motos” foi incluída na pesquisa. A Ferrari, vencedora no ano passado, ficou na nona colocação no resultado da nova edição. Porém, o cenário está mais delicado para marcas de grife. Os números apontam redução na presença delas no ranking das 20 Mais Amadas, passando a ocupação de 56%, em 2015, para 39%. Além disso, o Índice Médio de Amor dessas marcas passou de 110% para 79%, na comparação entre este ano e o anterior.
Entre 2013 e 2015, a pesquisa registrou uma linha ascendente no amor do público por marcas de grife. O Índice Médio de Amor chegava a 74% em 2013 e foi a 83% no ano seguinte. A lua de mel entre as pessoas e essas marcas foi em 2015, quando essa média bateu em 110. Agora, está em 79%, sinalizando redução de 28% em um ano. Outra constatação na análise do ranking das 20 marcas, entre 2013 e 2016, é o aumento na quantidade de empresas devido à ocorrência de muitos empates. Consequentemente, menos marcas estão monopolizando o amor dos consumidores. “Houve alteração significativa no estudo de 2016 em relação aos anos anteriores, com resultado muito claro. No ponto de vista dos consumidores é hora de sonhar menos e botar a bola no chão”, destaca Paulo Secches, presidente da Officina Sophia e responsável pela pesquisa.
Esse movimento demanda maior atenção dos gestores de marcas, pois, em momentos de instabilidade, é ainda mais importante ter atributos aspiracionais dos produtos e serviços fortalecidos. Essa característica torna os consumidores mais tolerantes e fiéis às marcas em meio à crise, quando surgem mais erros e vulnerabilidades das marcas. “Esta é uma questão muito importante em um momento como o que o País vive, porque podemos observar que os elementos de ´Humanidade´ da marca e, mesmo, de ´Identidade´, perdem relevância. Enquanto ´Qualidade´ e ´Feita para Mim´ ganham mais importância,” ressalta Secches.
A pesquisa Marcas Mais Amadas envolveu entrevistas com 15.629 pessoas, entre homens e mulheres, de 18 a 59 anos, das classes A, B e C, nas regiões Sul, Sudeste (São Paulo, capital e interior; Rio de Janeiro; e Belo Horizonte) e Nordeste. No total, foram analisadas 30 categorias de produtos e serviços. As marcas com menos de 100 respondentes foram eliminadas previamente. Em uma escala de -200 (0) a 200 (100), quanto mais próximo de 200, maior é a intensidade do amor. As marcas presentes em mais de uma categoria têm posição ponderada para determinar a colocação no ranking geral, levando em conta o número de respondentes em cada categoria.