É correto afirmar que estamos na era da internet. Hoje, tudo acontece on-line. E, claro, que o comércio não poderia ficar de fora. Nisso, entra o e-commerce, algo que chegou para facilitar a vida do cliente, afinal, não é mais necessário pegar trânsito e enfrentar filas para adquirir um produto. Porém, quando os olhos são voltados para o Brasil, se nota que o e-commerce ainda pode ser maior, algo que deve acontecer daqui a alguns anos, na opinião de Renato Mendes, gerente de marketing e comunicação da Netshoes. “Costumamos falar aqui na empresa que a geração do e-commerce é a próxima. Se com 50% da população com acesso on-line, e com uma geração que nasceu no ´modelo analógico´, a gente já está tendo esses números, imagina o que vai acontecer quando essa nova geração chegar ao mercado de trabalho, começar a entrar na massa de assalariados?”, avalia Mendes.
É importante, também, levar em conta o fator estrutura, algo que no Brasil ainda é um pouco precário. “Um país com as dimensões do Brasil, o problema de infraestrutura é algo gritante. Nos Estados Unidos, por exemplo, que é um país maior que o Brasil, tem uma infraestrutura muito mais adequada, e que permite com que haja um escoamento de produtos de uma forma muito mais fácil”, compara Renato. O Brasil ainda tem muito a crescer, porém, evoluiu em muitos aspectos, como destaca o gerente. “Nos últimos anos, se compararmos o crescimento do varejo online, por exemplo, com o varejo offline, a gente vem crescendo uma média de 25 a 30%, ano em cima de ano. E o varejo físico crescendo em torno de 4 ou 5%. Então é inegável que esse negócio tem potencial, e que estamos crescendo, mas precisa fazer uma série de ajustes.”
Quando o assunto é e-commerce, a Netshoes é um bom exemplo do quão rentável esse negócio pode ser. A empresa nasceu em 2000 e, sete anos depois, iniciou operação 100% on-line, o que gerou um grande crescimento da empresa. Em 2010, o faturamento foi de R$ 366,9 milhões e, há dois anos, a empresa conseguiu R$ 1,1 bilhão. Para Renato, um dos grandes desafios desse mercado é entender que ele tem muito a ver com prestação de serviço de qualidade, oferecer uma boa experiência de compra, algo um pouco diferente de uma cabeça de varejo tradicional. “Às vezes, as pessoas perguntam por que temos 500 funcionários na central de atendimento, sendo que seria mais fácil, e barato, terceirizar. Nós vemos isso como um investimento. Então, faz todo sentido que a gente tenha esses 500 funcionários com CLT, respirando a cultura da empresa, alinhados com as áreas de negócio e entendendo que eles são, não uma área de apoio, mas uma área de Core Business da companhia”, exemplifica.