A trajetória de queda da inadimplência do consumidor na região metropolitana de São Paulo foi interrompida em novembro, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), apurada pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). Depois de três meses consecutivos de redução, o percentual de consumidores com dívidas atrasadas subiu para 41%. O índice superou em quatro pontos o de outubro, quando 37% dos endividados estavam inadimplentes. A pesquisa foi realizada na primeira semana deste mês com cerca de mil clientes.
Apesar do aumento do número de endividados com pagamentos em atraso, o percentual deste mês foi o quarto menor registrado desde o início da realização do estudo, em fevereiro deste ano. A pesquisa também apontou que 65% dos clientes entrevistados possuíam dívidas neste mês. Em outubro, esse percentual foi de 68%. Segundo a assessoria econômica da Fecomercio, o volume de dívidas adquirido nos últimos meses explica, em parte, a redução atual do número de endividados, devido a muitos consumidores já terem quitado os pagamentos assumidos no período.
O comprometimento de renda dos endividados também apresentou queda. Em outubro, as dívidas representavam 38% dos ganhos mensais. Já em novembro, foram equivalentes a 32% do total do rendimento. De acordo com os economistas da entidade, a redução foi provocada pelo discreto aumento da renda da população. O resultado poderá favorecer a queda da inadimplência no futuro, já que, com uma parte menor da renda comprometida, o cliente tem menos dificuldade para rever os pagamentos atrasados.
Em novembro, a PEIC registrou aumento de 65% para 69% no número de clientes com intenção de quitar total ou parcialmente as dívidas em atraso. O percentual é o maior verificado desde maio, quando 73% informaram poder cumprir com os pagamentos. De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio, a elevação deve-se, em parte, a um efeito sazonal, provocado pelo desejo dos clientes estarem aptos a adquirir crédito para realizarem as compras de Natal. Os bons percentuais verificados em relação ao total de endividados, comprometimento de renda e à intenção de quitação de dívidas foram os destaques da pesquisa. Na avaliação da Fecomercio, o resultado é um dos reflexos da recuperação do nível de renda e ainda das condições de oferta de crédito.