Em fevereiro, a indústria de alimentos sentiu o impacto da desaceleração da economia brasileira. A recuperação da atividade econômica, iniciada no último trimestre de 2003 principalmente pelos bens intermediários e bens de consumo duráveis (mais dependentes de crédito) foi estancada. O corte no ritmo de crescimento foi provocado pela mudança de tom do Banco Central, que deixou de reduzir as taxas de juros.
Como conseqüência, as vendas reais de alimentos industrializados e bebidas caíram 1,4% em relação a fevereiro do ano passado. Este indicador passou, portanto, a acumular alta de apenas 1,7% no bimestre, contra o 1º bimestre de 2.003.
Como era de se esperar, a produção física também caiu em fevereiro, inclusive por causa do menor número de dias úteis do mês. No acumulado do primeiro bimestre, no entanto, o resultado permaneceu positivo. A produção física cresceu 0,5%. No acumulado de 12 meses, a produção está crescendo 1,2%.
As exportações de bebidas e alimentos industrializados continuaram sendo os principais propulsores da expansão da indústria. Nos dois primeiros meses foram exportados US$ 2,07 bilhões, 15,9% superiores do os resultados do mesmo período do ano anterior, quando a exportação do setor ficou em US$ 1,78 bilhões. Duplo motivo para ânimo: além do aumento de 4,5% no volume de produtos exportados, conseguimos obter a valorização de nossos produtos, vendidos a preços mais altos no mercado internacional.
A indústria alimentícia aposta no aquecimento também do mercado interno nos próximos meses. As estimativas da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) indicam um mercado interno ainda fraco, porém em leve e contínua recuperação. A perspectiva é de recuperação gradativa das vendas, até um patamar 2,5% superior ao do ano passado.