Seja em São Paulo, Nova Iorque, Paris, Nova Deli, Tóquio ou Pequim, o trânsito é uma questão problemática e motivo de dor de cabeça. No caso do Brasil, além da quantidade excessiva de carros, também enfrentamos problemas relacionados à má qualidade e gestão dos transportes públicos que, junto com a falta de um relacionamento harmônico no trânsito, incentiva para que as pessoas prefiram se deslocar nos seus carros, do que por alternativas coletivas ou que ocupem menos espaços, como bicicletas. Seguindo nesse caminho, os táxis vêm crescendo na preferência da população há alguns anos, principalmente depois do surgimento dos aplicativos que permitem contatar um motorista, trazendo praticidade e segurança. Entretanto, há quase um ano, o setor de taxistas do País vem enfrentando um obstáculo com o surgimento do app Uber.
Criado nos Estados Unidos, a ferramenta se diz ser um serviço de carona remunerada, que conecta motoristas particulares aos usuários interessados. Além disso, os veículos trazem diferenciais, como Wi-Fi integrado, revistas, bebidas, carros com melhor qualidade, bem como a maior rapidez na chegada do motorista e a forma de pagamento – que é feita diretamente no aplicativo. Porém, no Brasil e em diversos outros países, motoristas de táxi estão contra o funcionamento da ferramenta e questionam sua legitimidade. “As motivações para as proibições em vários países são diversas, desde o fato que aborda um motorista acusado de estupro, na Índia, até a falta de licença especial”, explica Cláudio Ávila, CEO da WayTaxi. “Tem ainda a concorrência desleal com o serviço de táxi na Espanha, Alemanha e Estados Unidos.”
No caso da Prefeitura de São Paulo, a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) já apreendeu veículos que fazem uso do aplicativo, pois, na cidade, só podem oferecer serviços de transporte de passageiros taxistas que forem autorizados. Ou seja, não reconhece o Uber como tais profissionais. Mas, Ávila garante que não é a primeira vez que alternativas como essa surgem nas cidades. “Quem nunca foi abordado em um aeroporto ou rodoviária com uma oferta de transporte mais barato?”, indaga. O maior problema, segundo ele, é o fato de que faltam soluções definitivas de mobilidade urbana. “Em meio ao caos e a ausência do estado de direito, é natural que alternativas surjam.”
Em sua defesa, o Uber diz que ele assegura ao brasileiro o seu direito de escolha. Porém, para Ávila a concorrência deve, sim, existir, somente em condições de igualdade e mesmo que sua empresa também seja um aplicativo, ela segue as regras de legislação. “A WayTaxi procura conectar os melhores motoristas aos melhores passageiros. E trabalha exclusivamente com taxistas licenciados, ou seja, dentro da regulamentação vigente”, explica.
O executivo ainda entende que o surgimento de ferramentas mobile para o serviço de transporte é uma consequência do desenvolvimento social, mas é preciso que seja um processo que vá de acordo com as normas estabelecidas e que funcione de forma justa. “A tecnologia representa o futuro de nossas vidas e não poderia ser diferente na mobilidade urbana, que deve ser usada de forma responsável para o bem de todos.” Por mais que o outro aplicativo tenha conquistado adeptos por conta da sua exclusividade e diferenciais, ele acredita que, ao trabalhar seguindo os padrões, os clientes estarão mais favoráveis à sua ferramenta, pois terão a praticidade e ainda a certeza de um serviço normatizado. “Nosso objetivo é oferecer o melhor aplicativo para que os melhores profissionais se destaquem. E isso, automaticamente, atrai os melhores passageiros, que prezam pela qualidade e pelo compromisso com o serviço.”