Cofundadores do Meu Imóvel descrevem a estratégia que diferencia a proptech ao aproximar perfis de consumidores ao imóvel ideal
Há uma ou duas décadas, procurar por um imóvel novo demandava um grande esforço para vasculhar os dominicais e robustos jornais impressos. Com os avanços do digital, essa realidade mudou, mas ainda assim, é necessário um empenho considerável do consumidor em filtrar os produtos mais adequados dentro do que busca. Foi olhando para as possibilidades de melhorar essa jornada no mercado imobiliário, tanto para quem compra como para quem anuncia, que surgiu a ideia de fundar a proptech Meu Imóvel. A plataforma se concentra em imóveis novos de construtoras e incorporadoras, gerando leads já refinados para uma provável conversão graças a um algoritmo proprietário. Compartilhando as etapas de criação da startup até chegar ao atual modelo, os irmãos e cofundadores Rafael Machado e José Eduardo Machado, respectivamente, o CEO e o CFO do Meu Imóvel, participaram, hoje (07), da 867ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Para iniciar a conversa, José Eduardo relembrou aspectos da história da startup e como a ideia inicial foi tomando forma. Com cerca de 10 anos trabalhando na área financeira, ele viu surgir a motivação para empreender. Junto com seu irmão Rafael, que ainda fazia faculdade e compartilhava da mesma propensão, nasceu a ideia de realizar algo por meio de uma rede social, mas não falando de pessoas e sim de assuntos relevantes. Segundo ele, como a parte técnica de criação e desenvolvimento do site era o principal obstáculo para avançar na proposta, coube a Rafael fazer do limão uma limonada. “Graças a um acidente que o manteve afastado de suas atividades, pôde se dedicar ao estudo de programação, não dependendo mais de terceiros para construir a plataforma.”
Superado esse entrave, surgiu o terceiro sócio que daria a configuração familiar à empresa: o pai deles, Eduardo Machado. Com mais de 30 anos de experiência no mercado imobiliário, conhecendo todas as virtudes e pontos de fricção desse negócio, ele apontou a direção por onde poderiam seguir com grande chance de êxito. Esse caminho seria o de solucionar uma das principais dores no segmento que era a ausência de uma mídia que uniria com mais precisão e assertividade os perfis dos empreendimentos com os dos compradores. Dessa análise veio a decisão de criar um portal imobiliário capaz de aliviar o desconforto de construtoras e incorporadoras causado por esse problema na comunicação.
“Logo nos primeiros testes percebemos que seria realmente a resposta para o problema latente nesse mercado. Tivemos de realizar um esforço de convencimento em um segmento tradicional que, lá em 2015, ainda era muito arredio às inovações. Obtivemos sucesso em romper com as resistências, pois se tratava de uma plataforma que tinha foco nos compradores e não nos imóveis em si. Ou seja, vinha resolver as dificuldades dos consumidores em lidar com os complicados e incompletos sistemas de filtragem nos sites para chegar ao produto que atendia aos seus sonhos ou necessidades.”
Ao descrever o funcionamento, o executivo resumiu com muita simplicidade: o algoritmo proprietário desenvolvido por Rafael, mais o olho clínico desenvolvido por Eduardo (pai), mostraram-se capazes de casar o perfil do consumidor com o imóvel certo, encurtando o tempo de procura e eliminando o estresse dessa experiência. De forma ainda mais resumida, trata-se de uma espécie de venda consultiva.
Complementando com os detalhes da perspectiva que muda a lógica da comunicação nesse mercado, Rafael explicou que os portais da época ainda seguiam o mesmo parâmetro dos anunciantes na grande imprensa escrita: divulgar o imóvel na mídia com maiores tiragens e mais leitores. “O que fizemos foi trocar audiência por aderência. Pois, é perda de tempo e dinheiro buscar milhões de pessoas olhando para as características de milhares de imóveis até encontrar aqueles construídos para determinados perfis. É muito mais prático e eficaz, direcionar o produto para menos interessados, mas cujo potencial de compra é efetivo.”
Depois de responder à questão de como conseguiu vencer o desafio de superar os desafios tecnológicos, o CEO detalhou também como isso proporcionou a possibilidade de chegar a preços capazes de concorrer em um mercado tão competitivo, que é o de plataformas de oferta de imóveis. Ele também descreveu passagens de erros e acertos, com uma pivotagem logo de início, com todos os clientes iniciais que testaram permanecendo na plataforma e permitindo desembocar no modelo de sucesso que é hoje.
Houve tempo para os executivos responderem questões sobre a origem das receitas da plataforma, podendo explicar que vem do pagamento das construtoras e incorporadoras por lead, o que não os leva a mudar o propósito do negócio que é gerar leads por aderência de perfis e não preocupação de quantidade sem direcionamento. Eles também falaram sobre os planos de crescimento: “atuamos mais em São Paulo, mas estamos expandindo para outros Estados e sempre temos produto para cada perfil que entra na plataforma”, disse José Eduardo. “Isso porque trabalhamos com imóveis novos em estoque nas incorporadoras e não só com lançamentos”, complementou Rafael. Além disso, destacaram a criação da Mila, assistente virtual voltada para o mercado imobiliário.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 866 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 2,7 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerrará a semana amanhã (08), com o Sextou, que debaterá o tema “IA: Como anda a expectativa dos clientes com os bots?”, reunindo Anna Vidal, diretora de CX do iFood, Giuliano Generali, superintendente executivo de canais digitais e CX no Grupo Bradesco Seguros, Ricardo Miras, diretor de CX da Vivo, e Marcos Davidiuk, head of Digital Labs da ddCom System.
