Em fevereiro, o Índice de Consumo das Famílias (ICF) apresentou alta de 4,1% em comparação com o mês passado. Registrando 71,3 pontos contra os 68,5 pontos de janeiro. Esse é o maior valor do indicador desde julho de 2015, quando contabilizou 75,6 pontos. Na comparação com fevereiro do ano passado, porém, o índice sofreu forte queda de 34,1%, o que evidencia a insatisfação dos paulistanos em relação ao consumo. Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o ICF e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100 pontos representa satisfação em relação às condições de consumo.
Seis dos sete itens que compõem o indicador registraram valores abaixo de 100 pontos em fevereiro. Sendo que o índice de Perspectiva profissional (104,5 pontos) foi o único a superar o patamar de insatisfação das famílias – aumento de 6,3% em relação a janeiro. Outro item relacionado ao trabalho, Emprego atual, também registrou aumento em fevereiro (3,8%), mas seguiu no nível de insatisfação, com 96,6 pontos.
Os dados mostraram ainda que o Acesso ao crédito foi o único item que registrou queda em fevereiro (-3,5%) em relação ao mês anterior, ao passar de 71,2 pontos para 68,8 pontos. O Nível de consumo atual apresentou alta de 2,2% em fevereiro sobre janeiro, porém, no comparativo com fevereiro de 2015, foi o índice que apresentou a maior queda (-48,7%).
Segundo a FecomercioSP, a elevação do salário mínimo neste início de ano pode ter ajudado a avaliação dos paulistanos a respeito da sua renda. Mas não o suficiente para alterar o quadro, no qual a maioria ainda considera que a renda familiar está pior agora do que no ano passado. O item Renda atual cresceu 4,9% em fevereiro na comparação com janeiro e atingiu 86,9 pontos. Além da insatisfação com a renda, o resultado do ICF de fevereiro, de acordo com a Entidade, ainda mostra que as famílias não estão confiantes com consumo e emprego – por permanecerem abaixo dos 100 pontos – e a tendência é de deterioração ao longo de 2016, o que deve manter esse patamar de insatisfação.
A pesquisa mostra ainda que o nível de insatisfação com as condições econômicas das famílias é similar entre as classes analisadas. Os lares com renda de até dez salários mínimos continuam com a pontuação mais elevada: 71,6 pontos contra 70,6 pontos do grupo que ganha acima de dez salários mínimos. Houve crescimento em ambos os segmentos na comparação com janeiro (de 3,1% e 7,2%, respectivamente).