Em março, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou alta de 0,9% em relação a fevereiro e chegou aos 95,1 pontos. Essa foi a nona variação positiva consecutiva e a maior pontuação desde abril de 2015. Na comparação anual, o crescimento foi de 20,8%, quando o indicador atingiu os 78,7 pontos. Esse é o 19° mês seguido de crescimento nessa base comparativa. O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo.
Quatro dos sete itens analisados apresentaram crescimento em março. Entre os destaques positivos está o item Acesso ao crédito, que passou dos 90,9 pontos em fevereiro para 94,6 pontos no mês atual. Apesar de ainda estar abaixo dos 100 pontos, houve redução de 50% para 38% dos paulistanos que afirmaram estar mais difícil contrair empréstimos para compras a prazo.
Outro destaque foi o indicador Momento para duráveis, que registrou elevação mensal de 2,7% e atingiu 76,6 pontos, mais alto patamar desde abril de 2015. Na comparação com o mesmo mês de 2017, a alta foi de 37,5%. A assessoria econômica da FecomercioSP explica que os consumidores estão reduzindo a cautela em relação às compras de produtos como TV, fogão, geladeira, entre outros, em decorrência da redução dos juros e da maior facilidade na obtenção do crédito. Há um ano, 70% dos entrevistados diziam que era um mau momento para aquisição desses tipos de bens, e agora são 58%.
Os paulistanos aumentaram a satisfação com a renda. O item Renda atual se firma acima dos 100 pontos e, em março, ficou nos 106 pontos, elevações mensal de 1,1% e anual de 20,3%. São 33% dos entrevistados que consideram que sua renda está melhor do que há um ano.
O item Perspectiva profissional, por sua vez, seguiu estável na comparação mensal, com 116,9 pontos, o que significa que a maioria dos paulistanos considera a possibilidade de um avanço profissional nos próximos seis meses. Também há mais segurança com relação ao emprego atual, pois o item Emprego atual teve crescimento de 1% em relação a fevereiro e 11,6% na comparação com o mesmo mês de 2017, encerrando o mês com 113,5 pontos.
Somente dois itens registraram queda. A maior variação negativa foi do Nível de consumo atual de -2,1% e registrou 62,5 pontos, o item com a mais baixa avaliação no mês. A Perspectiva de consumo apontou leve recuo de 0,9% e apontou 95,6 pontos. De acordo com a Entidade, apesar da queda, que parece ser pontual, os consumidores da capital estão reduzindo a preocupação com os gastos. Por exemplo, no Nível de consumo atual, há um ano, havia 62% de paulistanos que diziam estar consumindo menos. Esse porcentual passou agora para os 51,5%.
Em relação às faixas de renda, a única mudança foi no grupo das famílias que ganham mais de dez salários mínimos. O ICF passou de 104,1 pontos para 107,4 pontos, altas de 3,2% na comparação mensal e de 34% em relação ao mesmo mês do ano passado. As famílias com renda inferior a dez salários mínimos ficaram com o indicador estável em março, nos 90,8 pontos. No comparativo anual, houve crescimento de 16,1%.