Itaú, Bradesco, Skol e Brahma continuam no topo da lista, Nubank estreia no ranking e Americanas tem maior queda
A Interbrand, consultoria global de marcas, anunciou a nova edição do estudo “Marcas Brasileiras Mais Valiosas 22/23”, no qual as quatro primeiras posições do ranking repetem o apontamento do ano anterior, reforçando a potência histórica de bancos e cervejas. No topo da lista está o Itaú, com valor de marca estimado em R$ 44,3 bilhões, seguido respectivamente por Bradesco, com R$ 28,6 bilhões; Skol, com R$ 18,8 bilhões; Brahma, com R$ 13,3 bilhões e, por fim, Banco do Brasil, com R$ 10,3 bilhões. Somadas, as 25 marcas que compõem o ranking ultrapassaram o valor de R$ 153 bilhões, representando um crescimento de 6% na comparação com a edição anterior.
Entre os destaques da atual versão do estudo está o Nubank, que estreou na tabela logo após a sua abertura de capital, já ocupando a 7ª posição, com valor de marca estimado em R$ 3,8 bilhões. “Desde o início de suas operações no Brasil, a empresa abraçou a missão de lutar contra a complexidade do segmento para empoderar as pessoas, gerando admiração, confiança e afinidade com o seu público”, analisou Beto Almeida, CEO da Interbrand.
As que cresceram em dois dígitos
Na comparação com o ranking anterior, a marca que apresenta o maior crescimento é a Renner (14%). Embora tenha subido apenas uma posição, de 12ª para 11ª, seu valor de marca saiu de R$ 1,7 bilhões para R$ 1,9 bilhões. Além do crescimento em seu lucro líquido, superando os níveis pré pandemia, o estudo mostra que a Renner se solidificou como referência em seu segmento, admirada, e cada vez mais conectada com pautas emergentes, inovações e o compromisso com a sustentabilidade.
Além da varejista de moda, apenas outras sete marcas apresentaram crescimento de dois dígitos: Localiza (13%), PagSeguro (13%), Atacadão (13%), Hering (12%), Assaí (11%), Porto Seguro (11%) e Drogasil (10%). Apesar disso, o varejo, setor que mais cresceu nos últimos anos, foi impactado nessa edição pela queda significativa do valor de marca da Lojas Americanas, que saiu da 10ª para a 19ª posição.
Os últimos fatos relacionados aos resultados da companhia no início de 2023, incluindo as inconsistências contábeis e o processo de recuperação judicial, foram determinantes para a avaliação no ranking. Embora as informações financeiras utilizadas no estudo sejam referentes aos anos de 2021 e 2022, a força de marca da Lojas Americanas sofreu um grande impacto, que resultou em uma desvalorização de 53%, tendo hoje como valor estimado R$ 844 milhões.
Fatores de crescimento
Em comum, as marcas com maior crescimento na atual edição do estudo apontam três fatores principais como catalisadores do resultado positivo: alinhamento, empatia e presença. “Alinhamento é o quanto a organização está comprometida com a mesma estratégia. Empatia é o quanto a empresa responde de forma ativa e eficaz aos desejos e necessidades do consumidor. Presença se relaciona ao quanto a marca é considerada e relembrada no momento de decisão de compra. Já as marcas de maior crescimento do estudo foram as que souberam se adaptar às rápidas alterações comportamentais de seu público nesta era onde a rapidez e certeza da mudança dão forma ao novo normal”, explicou Beto.
As cinco primeiras marcas do ranking representam 75% do valor total da tabela, enfatizando o longo caminho que essas empresas percorreram ao tentar garantir a presença constante na mente dos clientes. As categorias mais representativas da lista são: serviços financeiros (59%), bebidas alcoólicas (22%) e varejo (12%).
Metodologia
Promovido pela Intebrand, o Marcas Brasileiras Mais Valiosas existe no Brasil desde 2001. O levantamento utiliza metodologia de avaliação de marca desenvolvida em parceria com a London School of Economics, que analisa performance financeira, percepção e influência das marcas junto aos consumidores. Há ainda uma análise de Força de Marca, apoiada por uma pesquisa quantitativa realizada pela Provokers.
Nesta edição, foram entrevistadas mais de 1100 pessoas, considerando homens e mulheres de todo Brasil, acima de 15 anos de idade, das classes A, B e C. No estudo foram explorados níveis de conhecimento, consideração, preferência, uso, recomendação e rejeição, atributos que permeiam a imagem dos consumidores em relação as marcas e a opinião do consumidor sobre como a marca se manifestou frente à pandemia.