Muito se fala sobre o futuro em que estaremos mais conectados, com maior quantidade de canais à disposição e uma vida totalmente virtual. Mas, será que não vivemos dessa forma? Apesar de teorizarem muito sobre como será a era de Internet das Coisas, atualmente já nos encontramos em uma geração amplamente tecnológica e dependente da internet. O cientista-chefe da IBM Brasil, Fábio Gandour, explica que o nosso comportamento com o meio virtual já vem em transformação, pois vivemos em uma vida hiperconectada e sem fronteiras, sendo que a única diferença é que hoje temos menos sensores para obtenção de dados. “Por exemplo, olho na internet para ver o que aconteceu com as canetas alemãs que eu comprei nos Estados Unidos, para usar no Brasil e que não funcionaram como era esperado. Ou seja, tanto mudou o comportamento do cliente, quanto o comportamento da empresa. As canetas – as “coisas” – mesmo sem ter sensores e atuadores, foram parar na Internet”, explica.
Dessa forma, o executivo ressalta que encontramo-nos no período de preparação para essa futura era. Momento em que as empresas também devem participar. “O melhor que podemos fazer com relação futuro é tentar moldá-lo de acordo com um conjunto de valores bem aceitos por um grupo de pessoas. O aspecto mais importante da Internet das Coisas é permitir que todos os objetos que possuem estados, sejam eventualmente conectados a uma rede que poderá perceber as variações desse estado e atuar sobre ele”, esclarece.
Porém, Gandour ressaltou que a forma como o mercado brasileiro se relaciona com o cliente fará com que a Internet das Coisas não tenha muito resultado no país. “O mercado nacional não dá ao cliente a importância que ele merece e precisa. Só presta atenção nos clientes quando, por alguma razão, eles reclamam. Quanto aos mercados mais evoluídos, a Internet das Coisas será um caminho essencial para monitorar todos os estados relacionados a um produto ou serviço.” Para os que conseguirem estar nessa futura geração, o executivo conta que as tarefas de manutenção preventiva, atitudes proativas, possibilidade de antecipação nos negócios e percepção de satisfação do cliente serão mais fáceis de serem executadas.
Ao mesmo tempo, as empresas brasileiras não podem desistir de se preparem para o amanhã, uma vez que quem não estiver preparada para ela pode correr riscos de não conseguir se sustentar no mercado. “A internet vai deixar de ser uma rede, uma malha, e se transformar em uma pele, sem buracos, cobrindo todo o planeta. O que não estiver sob esta pele, não existe!”.