Internet terá novas regras de domínio



A partir de amanhã (12) uma nova internet começará a ser fundada, principalmente no que se refere a seus endereços (nomes de domínio). Se até então qualquer endereço deveria se inserir em uma terminação padrão (<.com>, <.net>, <.br> ou outra), a partir dessa data será possível propor e operar diretamente qualquer terminação (os chamados novos domínios genéricos superiores ou, simplesmente gTLDs). 

 

Por exemplo, poderão ser apropriados endereços como “.futebol”, “.banco”, “.rio”, “.berlim” ou mesmo contendo marcas como “.nike” ou “.apple”. Na  prática, as empresas que solicitarem esses domínios se tornarão verdadeiras entidades registradoras, responsáveis por toda a gestão e operação (inclusive tecnológica) do sistema de domínios “marca”, em função similar à exercida pelo Registro BR para os domínios “.br”.

 

Segundo Rodrigo Azevedo, advogado coordenador da área de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Informação da Silveiro Advogados, as vantagens da obtenção desses novos nomes de domínio são muitas. “Desde possibilitarem um melhor posicionamento da marca na internet (o endereço é a própria marca), ampliando as possibilidades de comunicação e a visibilidade global dos conteúdos, até permitirem a estruturação de grandes modelos de negócio para a exploração dos novos domínios ou representarem uma alternativa ao esgotamento do .com e do .com.br”, explica.

 

As cidades de Nova Iorque e Berlim já anunciaram que buscarão os seus respectivos domínios. O mesmo vale para grandes clubes de futebol europeus. Uma associação médica nos EUA postulará o <.doctor> para oferecer para médicos do mundo inteiro. Há diversos interessados nos domínios <.music>, <.hotel> ou <.web>.

 

No Brasil, contudo, segundo Azevedo, o desconhecimento sobre o tema ainda é a regra, inclusive grandes marcas nacionais. “Estamos coordenando, em conjunto com parceiros estrangeiros, pedidos desses domínios para algumas das maiores marcas brasileiras. Porém, na maioria das vezes, as empresas sequer sabem dessa oportunidade que se inicia nesta semana”.

 

De acordo com Azevedo, a decisão por postular esses domínios muitas vezes está relacionada à repressão a fraudes na Internet: “Usar um domínio superior com a marca da empresa pode ser útil na prevenção a esses crimes.” Assim, tudo o que estivesse publicado abaixo de “.marcax”, por exemplo, seria conteúdo oficial da marca “X” diferentemente de outros endereços no <.com> ou no <.com.br>. “Mas o risco maior é que outra empresa homônima postule um domínio similar, o que pode relegar a marca nacional a um segundo plano na Internet e mesmo nos resultados das buscas”, indica. 

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