A alta dos preços do grupo supermercados puxou o aumento do Índice de Preços no Varejo (IPV) da Fecomercio, passando de 0,25% em maio para 0,10% em junho. Esta é a quarta elevação consecutiva do indicador que acumula, no primeiro semestre do ano, alta de 0,42%. Já no acumulado em 12 meses, o índice atinge incremento de 1,65%. Dos 21 grupos analisados pelo IPV, 14 registraram preços mais elevados.
O grupo supermercados, com o maior peso no índice, teve a sexta elevação consecutiva e finalizou junho com alta de 0,52% ante os 0,32% em maio. Segundo Júlia Ximenes, economista da Fecomercio, os produtos que estão no período de entressafra foram os que mais contribuíram para o aumento. No setor de veículos, o IPV indica que, mesmo com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis mais populares, o segmento acusou a segunda alta consecutiva em junho de 0,24% ante os 0,29% em maio. “O benefício do referido imposto para veículos e eletrodomésticos já não surte efeito em virtude da demanda aquecida, que reduziu de maneira significativa o estoque destes bens”, explica.
A redução do IPI para materiais de construção continua refletindo no aumento dos preços dos setores complementares, como móveis e decorações. No mês, o segmento acusou a mesma alta apontada em maio, de 1,04%. No primeiro semestre, a atividade teve elevação de 3,20%. “Com a retomada no ritmo de crescimento da demanda pela redução do IPI, é natural que os preços sejam levemente pressionados”, afirma Júlia. O IPV também verifica a oitava alta consecutiva do grupo padarias, atingindo 0,94% em junho. No acumulado dos primeiros seis meses do ano o segmento teve aumento de 8,69%.
O setor de Vestuário e Tecidos subiu em junho 0,13% ante os 0,32% em maio, devido ao aumento da procura pela coleção outono-inverno, que costuma ter maior valor agregado, pressionando os preços. Júlia acredita que os preços tendem a cair no próximo mês por conta das liquidações de inverno antecipadas.Outros segmentos que apresentaram alta em junho foram: drogarias e perfumarias (0,26%), eletrodomésticos (0,63%), floriculturas (3,83%) e Cds (0,81%).
Na contramão – A quarta variação negativa consecutiva no preço dos combustíveis e lubrificantes, que passou de -0,99% em maio para -1,22% em junho, contribuiu significativamente para a manutenção do IPV em patamares comedidos. Segundo Júlia, no período da safra da cana-de-açúcar é comum haver recuo nos preços desses produtos. No semestre, o segmento acumula queda de 3,08%. Combustíveis recuaram 1,27% e lubrificantes mostraram variação positiva de 0,12%.
Ao contrário de seus produtos complementares, como móveis e decorações, os preços de materiais de construção recuaram mais uma vez, passando de uma queda de 0,83% em maio para 0,45% em junho. No ano, o grupo acumula -2,26%. O segmento de feiras também finalizou junho com queda de 4,10% ante a de -2,39% em maio. No acumulado semestral, entretanto, o setor alcança alta de 2,70%. Outras atividades que finalizaram junho com preços menores foram: açougues (-0,56%), eletroeletrônicos e outros (-0,38%), relojoarias (-0,97%) e autopeças e acessórios (-0,14%).