As mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço dentro das companhias no mundo todo. Porém, pesquisa da Manpower, empresa do segmento de serviços em RH, revela que há ainda muito que percorrer quando o assunto é igualdade entre os sexos no ambiente corporativo. De acordo com o levantamento, apenas 49,1% do potencial produtivo feminino é bem aproveitado dentro das organizações, ante 74,3% da força de trabalho masculina. A companhia ouviu 29 mil gestores de 33 países, dentre eles Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra, México e Canadá.
Embora mais mulheres que homens cheguem à graduação em ensino superior, apenas 60% estão empregadas, contra 75% no lado masculino. “O melhor uso da mão-de-obra dessas colaboradoras pode acarretar em crescimento econômico, redução da pobreza e elevação do bem-estar social, colaborando para a manutenção do desenvolvimento sustentável dos países. As empresas que investem na inserção das mulheres no mundo empresarial têm chances maiores de prosperar no longo-prazo, enquanto as que ainda não apostam nessa estratégia precisam reunir mais esforços para se manterem competitivas”, analisa Augusto Costa, diretor geral da Manpower Brasil.
A responsabilidade sobre a família é um fator controverso quanto entrave à evolução da mulher e sua carreira no mercado de trabalho. Ao todo, 48% dos entrevistados acreditam que ele seja um obstáculo, enquanto 44% pensam que não. Contudo, 72% dos participantes afirmaram que já foram dirigidos por mulheres que atingiram a maternidade. Segundo a pesquisa, a qualidade de gestão independe do gênero para 44% dos executivos. Já 25% afirmam que seus melhores gestores foram homens, enquanto 18% acreditam que as mulheres tiveram um melhor desempenho no cargo. Do total, 14% só foram subordinados a chefes de um mesmo sexo.
As diferenças entre homens e mulheres tornam-se mais evidentes quando o assunto é aspiração profissional. De acordo com o levantamento, 27% das funcionárias almejam cargos de liderança em algum momento da carreira, contra 37% dos profissionais do gênero oposto. “Surpreendentemente, uma das razões pela baixa inserção das mulheres na alta gestão é a falta de vontade dessas colaboradoras em possuir tal atribuição. Apenas 12% das funcionárias questionadas aspiram por um cargo de nível máximo, enquanto que 19% dos homens têm esse desejo”, explica Costa. Seja em postos mais altos ou nos níveis operacionais, 61% dos participantes afirmaram já terem alcançado a posição que gostariam na companhia. Dentre eles, 67% são homens e 56% mulheres.