Maioria dos consumidores compram CDs em camelôs

Um levantamento realizado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) revela que menos da metade da população da Grande São Paulo (49,12%) dá preferência às lojas na hora de adquirir um CD. O dado confirma a estimativa do mercado, que aponta para o fato de que a cada dois CDs vendidos no País atualmente, um é falsificado. Além disso, a pesquisa mostra que os homens apresentam maior tendência a optar pela compra em camelôs (prática adotada por 44,44% deles) do que as mulheres (38,41%). Dentre os entrevistados, 63,11% disseram ter o hábito de comprar CDs com alguma freqüência, sendo que 33,8% afirmaram adotar essa prática ao menos uma vez por mês.

A Fecomercio – SP também ouviu os ambulantes que comercializam CDs e verificou que eles vendem, em média, 14 unidades por dia. A sondagem, com 120 camelôs, mostrou ainda que a preferência do público é pelos títulos de pop-rock (30,83%), seguido de sertanejo (19,17%), eletrônico (10%) e, por último, estão os de MPB (5,83%). Outros gêneros representaram 34,17% do total. Os ambulantes ainda disseram que o período próximo ao Natal é o que concentra a grande maioria das vendas, 77,50% de acordo com o levantamento.

Curiosamente, os próprios camelôs afirmaram ter registrado queda nas vendas em torno de 5% na comparação com o ano passado. Esse resultado vai de encontro ao registrado pelo comércio formal, que tem verificado quedas seguidas de faturamento nos últimos cinco meses. Além disso, em todas as sondagens de venda realizadas pela Fecomercio – SP nas datas comemorativas deste ano houve variação negativa de desempenho. Por conta da diferença de custo entre o produto pirata e o original, já se previa que o preço fosse o principal ponto considerado pelos que optam por comprar em camelôs ou promocenters, apontado por 57,75% dos consumidores. Já entre os que adquirem CDs originais, o fator apontado como o mais importante foi justamente a qualidade do som, citado por 42% das pessoas.

No momento de decidir pela compra do produto ilegal, os consumidores também consideram a comodidade, citada por 11,80% dos entrevistados. Essa facilidade só ocorre por falta de fiscalização, porque os CDs piratas com os últimos lançamentos estão em todos os lugares: em qualquer banca de camelô espalhada e até nas praias. Por causa disso, o Brasil alcançou o segundo lugar no ranking mundial da pirataria, atrás apenas da China. Segundo números divulgados pelas indústrias de software, música, brinquedos, vestuário, TV por assinatura e filmes, a pirataria representa um prejuízo superior a R$ 2 bilhões para a economia nacional.

Já em favor da aquisição de produtos originais, os consumidores também apontaram o receio que o CD estrague o aparelho de som (13,20%) e o respeito para com o artista (13,20%) – este último citado por 14,88% das mulheres e 11,47% dos homens. Na opinião de 35,2% delas, inclusive, os artistas são os mais prejudicados com a pirataria – fato que teve a concordância de 30,4% dos homens entrevistados, resultando na média de 32,92% que foi a mais alta dentre a lista dos que têm prejuízo com a pirataria.

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