A realidade digital não é mais novidade para os consumidores e, para atender a demanda, os mais diversos setores estão buscando a melhor forma de marcar presença no mundo on-line. Com as farmácias e drogarias não é diferente, já que ao longo dos anos elas incrementaram setores de beleza e higiene em seus espaços, visando transformar a busca por medicamento em experiência de bem estar. Mas como elas estão se preparando para os novos clientes, que quase não vão ao estabelecimento devido à praticidade da internet?
“Uma situação que faz parte da vida das pessoas é a compra digital e isso acontece muito nas farmácias, principalmente com remédio. Porque o consumidor tem a descrição exata do que deve comprar, então ele consegue fazer uma cotação e não precisa fazer uma experiência para a compra do medicamento. Já na parte de beleza, você troca experiência. Então, hoje boa parte das drogarias tem esse serviço on-line”, explica Ana Claudia Costa, consultora sênior da BRT Consulting. Ela conta que isso sana um problema que era recente até então: a falta de tempo para pesquisar em diversos lugares.
Porém, a dificuldade atual é descobrir como se destacar em meio ao bombardeio de informações que toda pessoa conectada recebe. “A gente trabalha muito voltado para o shopper marketing, que é o estudo do comportamento do consumidor. E eu tenho diversas ferramentas que vão dizer como fazer com que esse consumidor preste atenção em mim, como fazer ele se sentir bem recebido na loja, como estimular a compra”, ilustra a consultora.
Dessa forma, a experiência on-line deve ser prática e satisfatória, mas o verdadeiro diferencial está na visita ao local físico. “O shopper, hoje, compra de qualquer lugar. Compra pelo telefone, tablet, computador, loja. A gente percebe que cada vez mais a experiência dentro do ponto de venda é fundamental, pois tem que ter toda uma sedução do consumidor. E quando a gente fala sedução é em fazer com que ele se sinta bem. Para cada público alvo, cada consumidor, você tem uma maneira de relacionamento”, diz Ana.
Essa preocupação em todas as fases do processo também deve existir no pós venda, pois é o que irá garantir a recomendação do serviço e fidelização da marca em tempos de curtidas e comentários nas redes sociais. “A hora que eu vou para o Facebook e coloco a minha opinião, em segundos milhares de pessoas ficam sabendo o que está acontecendo. Então a forma de se comunicar hoje é através da própria experiência que o consumidor teve no ponto de venda”, conclui a entrevistada.
Assim, muitas farmácias e drogarias pleiteiam judicialmente o direito de vender alimentos e bebidas, a exemplo dos Estados Unidos, buscando reforçar a idéia de que o estabelecimento é um espaço de convivência e não só um destino para comprar remédios. Afinal, não basta investir somente na evolução digital e esquecer todo o caminho trilhado até agora.