A transparência é um conceito em evidência no mundo corporativo. As empresas têm adotado as melhores práticas de governança corporativa para elevar a confiança de investidores, acionistas, fornecedores e, principalmente, parceiros e clientes. A iniciativa, que teve início há quatro anos, a partir da criação da Lei Sarbanes-Oxley, também chegou a companhias que não têm a obrigatoriedade de estarem em conformidade com a lei norte-americana. Há vários exemplos em diferentes segmentos, um deles é o mercado segurador.
Em 2004, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) emitiu a Circular 249, com tópicos sobre atribuições semelhantes aos da Lei Sarbanes-Oxley, principalmente, no que trata de controle interno. Por isso, é importante que as companhias estejam atentas e estabeleçam critérios rigorosos para o departamento de auditoria interna. Ou mesmo criem um, caso ainda não tenham. Este é o momento ideal para o procedimento, e os líderes dessas empresas devem se conscientizar da importância de estarem em conformidade com essas normas.
Para se adequar às normas, é importante realizar uma avaliação dos principais riscos da seguradora e criar um sistema que audite a qualidade das operações. Uma espécie de monitoramento dos principais processos e também dos prestadores de serviços. Esse é o princípio para a transparência da companhia, e o resultado do trabalho pode ser traduzido em exposição positiva , e conseqüentemente, em aumento na confiança dos segurados pelos serviços prestados.
Mas há desafios pela frente. O primeiro é adequar-se às normas de controle. Em seguida, testá-las constantemente e verificar se estão em pleno funcionamento. Um passo fundamental para alcançar os objetivos é a construção de uma auditoria de TI, um departamento independente ao de informática, com foco na avaliação da eficiência dos sistemas em atividade.
Outra etapa é estabelecer indicadores de performance, para demonstrar o comportamento dos principais controles e desenvolver uma auditoria remota, que, por meio das rotinas semanais, possa indicar o desempenho de cada operação. No mercado segurador, por exemplo, testar com regularidade a qualidade dos serviços prestados, como vistoria prévia, assistência 24 horas e regulação de sinistro. Esses serviços são fundamentais para a boa imagem de uma seguradora, e precisam ser efetuados de forma adequada.
A adoção desses métodos é, sem dúvida, uma tendência mundial, que proporciona maior segurança nas operações da companhia, elevação da credibilidade em seus processos e nas informações divulgadas ao público interno e externo.
A metodologia de trabalho possibilita avaliar a qualidade das atividades e contribui para o aperfeiçoamento de seus controles, considerados os riscos inerentes à atividade securitária. Entretanto, é importante destacar que o desenvolvimento dos controles não pode gerar burocracia desnecessária.
Eduardo Carmona é superintendente de auditoria e planejamento da Indiana Seguros.