O varejo de shoppings vive hoje um momento excepcional. Em uma das maiores radiografias já realizadas do setor, o IBOPE Inteligência calcula que os shoppings em operação devem faturar em 2011 cerca de R$ 109,1 bilhões, ante R$ 89,5 bilhões em 2010. A soma representa 15,4% de todo o faturamento previsto para o varejo brasileiro em 2011. No ano passado, essa fatia era de 14%.
“A entrada volumosa de capital externo e o crescimento significativo do poder de compra dos consumidores trouxe ao mercado de shopping um dinamismo que não se esperava”, analisa Antônio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do IBOPE Inteligência.
Até o ano passado, 381 shoppings estavam em operação no País. Com os lançamentos de 38 novos shoppings neste ano, o total de shoppings em operação no País chegará a 419 shoppings, no final de 2011. Para 2012, a previsão é de mais 47 novos shoppings.
Do ponto de vista geográfico, os shoppings estão se interiorizando. Com os lançamentos dos próximos dois anos, 27 cidades com população abaixo dos 600 mil habitantes passarão a ter o primeiro shopping. Cidades ainda menores, com menos de 100 mil habitantes, raramente têm shopping. Hoje, apenas seis cidades com menos de 100 mil habitantes possuem shopping.
“O movimento é claro no sentido de atingir novos mercados fora dos grandes centros urbanos. Do ponto de vista regional, no entanto, continuará a elevada concentração dos novos empreendimentos na região sudeste”, diz Ruótolo.
Nos próximos três anos, a região Norte é a que terá maior crescimento do setor, com ampliação de 72% da base instalada. O Sudeste terá crescimento de 29%, e o Nordeste terá expansão de 20%. A região Centro-oeste e o Sul terão aumento de 16% e 15%, respectivamente.
A média nacional de visitantes por shopping é de cerca de 23 mil pessoas por dia. No total, são 8,7 milhões de consumidores circulando diariamente pelos shoppings brasileiros.
“Os shoppings de grande porte atraem diariamente 2,5 vezes mais consumidores que os shoppings pequenos. No entanto, os shoppings pequenos têm maior concentração de pessoas por metro quadrado. A densidade de pessoas é maior nos shoppings menores. A proximidade geográfica que os clientes têm com os shoppings pequenos favorece uma maior integração ao seu cotidiano, sendo visitado com mais frequência”, analisa Ruótolo.
Nos grandes shoppings, aqueles com área bruta comercial (ABC) acima de 35 mil m², o fluxo médio diário de pessoas é de 37.882, representando uma densidade de 0,7 pessoa por m². Nos shoppings de tamanho médio, com ABC de 14 a 35 mil m², o fluxo médio diário é de 21.700 pessoas, com densidade de 1 pessoa por m². Nos shoppings pequenos, todos com ABC entre 4 mil a 14 mil m², o fluxo é de 15.374 pessoas e a densidade é de 1,9 pessoa por m².