Mercado de TI para 2015

Autora: Juliana Ferreira
Mais um ano se aproxima e esse fato nos convida à reflexão sobre os principais acontecimentos do ano e as expectativas para 2015. O mercado de TI, em 2014, continuou em franca expansão e teve seu pico de crescimento no primeiro semestre do ano, com os últimos preparativos para a Copa do Mundo. O setor de telecomunicações, por exemplo, aumentou os seus investimentos, principalmente na implantação do 4G nas cidades-sede para o evento. Já o período de realização da Copa e o pós-evento foram mais difíceis, pois demandou menos investimento em tecnologia. De qualquer forma, a corrida dos seis primeiros meses do ano, período em que o mercado estava mais aquecido, conseguiu gerar receita para cobrir essa fase e contribuiu para que o ano fechasse com saldo positivo.
Em 2014, observamos um aumento muito grande na busca por serviços de virtualização. Os benefícios de virtualizar são muitos, pois permite a consolidação de servidores, o que garante a redução de custos de operação de data centers e promove o upgrade de servidores. Além disso, facilita o gerenciamento e reduz o consumo de energia, espaço físico e de armazenamento de dados. O crescimento da virtualização de TI comprova a adesão ao cloud computing, tanto na nuvem privada – com infraestrutura flexível aos projetos dentro da própria infraestrutura do cliente – quanto na nuvem pública – dentro de provedores de serviços. Outro destaque foi a consolidação do uso dos equipamentos chamados Engineered Systems. Tratam-se de sistemas que já incorporam hardware e software com uma finalidade muito definida. 
Nesse contexto, é possível ter, por exemplo, máquinas específicas para bancos de dados, ou equipamentos dedicados a ferramentas analíticas de BI (Business Intelligence). As grandes vantagens dessa tecnologia são relacionadas ao ganho de desempenho que se tem ao adquirir um sistema otimizado para a finalidade desejada, o suporte centralizado em um único fornecedor, além da redução de custos com infraestrutura nos data centers – espaço físico, energia e ar-condicionado. Muitas empresas optaram por esse tipo de solução em 2015 e os fornecedores conseguiram entregar projetos de consolidação de bancos de dados, que proporcionam crescimento de performance, bem como permitem criação de infraestrutura para recuperação de desastres (DR – do inglês, Disaster Recovery).
Os projetos de big data também se tornaram possíveis e acessíveis à maioria das empresas com esses sistemas de uso específico. Esse tipo de projeto consiste em obter informações a partir da captação de dados não estruturados da internet, que posteriormente são cruzados e interpretados para direcionar ações, possibilitando que essas impactem exatamente o público-alvo desejado.  As grandes vantagens dessa tecnologia estão relacionadas à possibilidade de construir estratégias de negócios, mantendo atualizadas informações que podem ser transformadas em ferramentas de planejamento, bem como auxiliar na definição do budget e direcionar as campanhas de marketing, além de prestar suporte à área de vendas, engajar todos os públicos da organização e mensurar todos os aspectos do negócio da empresa. 
Dessa forma, em meio a tantas informações, é preciso que as empresas organizem seu ambiente de TI para que as ferramentas sejam eficazes na coleta, armazenamento, cruzamento e análise dos dados. Para isso, são necessárias soluções que entregam alta disponibilidade e que permitam filtrar os dados corretamente. Outro ponto importante é que essas ferramentas vejam o momento certo de descartar os dados que não servirem mais para a finalidade desejada. Nesse ano, vimos o mercado ganhar maturidade e aproveitar cada vez melhor as vantagens do big data.
Para 2015, o que deve brilhar e ganhar inovações é a era da Internet das Coisas: cidades conectadas constituídas por soluções que facilitam de forma encantadora o cotidiano. Parece um projeto para o futuro, mas está cada dia mais próximo da realidade. A expansão da conectividade e a popularização dos smartphones foram fatores primordiais para a criação de aplicações que promovem inteligência ao dia a dia. A próxima onda do mercado de TI é a evolução da computação e diz respeito à promover interatividade entre objetos por meio da internet. Novas parcerias surgem a cada dia para acelerar as inovações fazendo com que objetos conectados façam parte da vida das pessoas e as tarefas do cotidiano sejam cada vez mais fáceis e ágeis. A proposta é que objetos inteligentes facilitem significativamente a rotina com funcionalidades integradas, como por exemplo, aplicações que permitam às pessoas abrirem as janelas de suas casas mesmo estando do outro lado do mundo com apenas um clique. Ou buscar por vagas para estacionar nas ruas por meio de um aplicativo em seu smartphone. Dessa forma, uma gigantesca quantidade de dados precisará ser processada e analisada com muita agilidade. E essa imensidão de insights cria não só a necessidade de alta disponibilidade, mas também demanda de novos mecanismos de segurança.
Dessa forma, a previsão é que 2015 seja um ano em que os investimentos em TI continuarão acontecendo em grande escala e as empresas de tecnologia trabalharão muito para entregarem soluções cada vez mais completas e que melhor atendam às necessidades de seus clientes. O desafio será inovar e criar novos meios de melhor atender à imensa demanda por serviços de TI. As expectativas são otimistas. De acordo com a consultoria IDC, a previsão de crescimento dos gastos globais com TI para o próximo ano é de 3,8%. Assim, a estimativa é que esse mercado movimente mais de 3,8 trilhões de dólares.  A consultoria afirma ainda que os gastos com serviços em nuvem continuarão em evidência em 2015 e devem atingir 118 bilhões de dólares. Os serviços de Big Data e Analytics também devem continuar em expansão e a estimativa é que essa vertente atinja faturamento de 125 bilhões de dólares,  somando investimentos em hadware, software e serviços. Por fim, a Internet das Coisas, que será o centro das atenções, deve representar um terço dos investimentos do mercado de TI e Telecom.
Juliana Ferreira é sócia-diretora executiva da A2F.

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