Autor: Rodolfo Pinto Machado de Araújo
Leitos hospitalares estão entre as maiores carências do sistema de saúde brasileiro. Em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, há até 20% de pacientes além da disponibilidade de internação. Esse já seria, então, um excelente motivo para que as operadoras de planos de saúde investissem em recursos próprios – que englobam também pronto-atendimentos, hospitais-dia, laboratórios e farmácias. Mas há outros argumentos igualmente fortes. O principal é a conjugação de qualidade com controle de custos, uma equação rara em qualquer atividade econômica, acima de tudo na saúde.
É importante ampliar ou inaugurar hospitais, mas não adianta somente ter mais unidades. Elas têm de oferecer melhores serviços e equipes qualificadas. Quem afiança a qualidade dessas instituições são organizações independentes de certificação de serviços de saúde.
Antes de investir, o administrador deve estar ciente de que o imóvel é apenas um dos desembolsos, embora substancial, que terá de fazer. Deverá adquirir equipamentos cada vez mais sofisticados e gerir competentemente suas equipes médicas, de enfermagem e de serviços gerais altamente qualificadas.
Também terá de incorporar os conceitos mais avançados de hotelaria e gastronomia hospitalar. Sim, porque os pacientes exigem, além de tratamento eficiente, todo o conforto possível. Nesse aspecto, hoje, hospitais e hotéis são muito semelhantes.
Enfim, há muitas contas a fazer, o planejamento tem de ser criterioso, mas tudo caminha a favor dos recursos próprios, pois a verticalização na saúde é uma realidade irrefutável.
Rodolfo Pinto Machado de Araújo é diretor administrativo e financeiro da Central Nacional Unimed.