Além de indicar que mais de 70% das corporações ao redor do mundo já têm presença nas chamadas mídias sociais, estudo da KPMG Internacional, realizado em dez países, indica que essa tendência é liderada por empresas dos mercados emergentes. Em geral, entre os representantes de organizações ouvidos na pesquisa, os chineses, indianos e brasileiros mostraram-se de 20% a 30% mais propensos a dizer que as empresas recorreram às mídias sociais como parte dos negócios do que os britânicos, australianos, alemães ou canadenses. “Os mercados emergentes parecem estar percebendo mais rapidamente que as redes sociais oferecem uma oportunidade de relativo baixo custo para superar a concorrência em mercados desenvolvidos”, avalia Malcolm Alder, sócio da área de Economia Digital da KPMG na Austrália.
Tendo como base uma pesquisa realizada com quase quatro mil pessoas, entre gerentes e profissionais de empresas dos principais mercados (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Índia, Japão, Reino Unido e Suécia), a pesquisa também descobriu que as organizações tendem a subestimar os benefícios dos meios de comunicação social. Por exemplo, apenas 13% daqueles que indicaram não ter nenhuma iniciativa voltada às mídias sociais disseram acreditar que aderir à “onda social” poderia ter influência sobre o perfil público da organização, ou gerar ganhos produtivos. Por outro lado, 80% dos que disseram que as empresas têm programas ativos para as mídias sociais indicaram terem percebido pessoalmente, ou por levantamentos da própria organização, benefícios apurados em razão da atuação nesses espaços virtuais.
“Com mais de 80% dos entrevistados citando benefícios, parece claro que aproveitar as vantagens das mídias sociais deve ser um imperativo organizacional”, acrescenta Sanjaya Krishna, sócio da área de Economia Digital da KPMG nos Estados Unidos. “Em vez de enxergar nas redes sociais riscos abjetos, os executivos deveriam ser melhor aconselhados a equilibrar o risco de entrar nos meios de comunicação social diante do custo com a perda de oportunidades de não participar. Não se engane, há riscos a serem considerados, e ninguém deve entrar nas mídias sociais sem ter pensado em um modelo de governança associado.”
Brasil entre os líderes
O Brasil aparece em quarto lugar entre os países que despontam com presença mais intensa de suas empresas nas mídias sociais. Das organizações brasileiras consultadas na pesquisa, 69,1% indicaram já ter iniciativas ligadas a estes novos meios de comunicação, percentual próximo aos 70,4% da média geral. Na liderança da lista está a China, com 82,7%; seguida por EUA (71,5%); e Índia (70,2%). Atrás do Brasil aparecem Canadá (51%); Reino Unido (48,2%); Alemanha (42,7%); Suécia (41,7%); Austrália (41,6%); e Japão (27,5%).
“O fenômeno das mídias sociais é especialmente notável aqui no Brasil, e as empresas perceberam logo a importância de estarem presentes e atentas a esse espaço virtual aberto à interação entre as pessoas. É interessante notar também que o consumidor brasileiro percebeu as mídias sociais como um importante instrumento para divulgar suas insatisfações com as empresas, o que deve ser olhado com muita atenção pelas organizações, pois os riscos de imagem envolvidos são consideráveis”, afirma Tim Norris, diretor da área de Performance & Technology da KPMG no Brasil.