Antigamente, ao se casarem, era comum que as noivas confeccionassem os seus vestidos com costureiras de confiança da família, fossem feitos sob medida e era um processo que demorava meses. O vestido se tornava, então, uma relíquia da família e era passada para as futuras gerações. “A maioria das mulheres já ouviram histórias de quando suas avós mandavam fazer os vestidos, escolhiam o tecido, o modelo e passavam meses provando até que ficasse perfeito”, conta Samantha Fasolari, do portal Noiva nas Nuvens. Com o tempo, esta etapa foi passando por transformações.
Samantha explica que, no século 21, a moda mudou e o mercado têxtil teve uma revolução, o varejo cresceu e fez da moda algo mais acessível. Ainda assim, os vestidos de noiva continuaram a ser um artigo caro e de luxo, tornando-se cada vez mais caros. Para isso, a solução encontrada pelo setor foi difundir o aluguel de trajes de festas. “A compra era inviável, mas o aluguel era possível. Desta forma, tornou-se natural alugar o vestido de noiva. E o costume de confeccionar a peça e deixar para as próximas gerações se perdeu”, completa. Segundo ela, esse padrão é uma característica cultural brasileira, em outros países a noiva sempre compra a peça.
Porém, o que fazer com o vestido depois do casamento? Hoje em dia, está cada vez mais comum a compra de vestidos usados, e inclusive novos, pela internet. O mercado on-line é o próximo passo dessa evolução. Os Estados Unidos já comercializa 20% dos vestidos de noiva pela internet e as brasileiras também estão aprendendo a consumir esse tipo de traje online. Esses dados mostram a transformação no comportamento da noiva/consumidora, que é uma mulher mais prática, que consome pela internet e resolve suas atividades on-line. Foi por esta razão que Samantha entrou para o mercado brasileiro com a venda de vestidos de noiva pela internet e vê de forma natural a mudança no padrão de consumo das noivas. “A mulher de hoje estuda, trabalha, paga suas próprias contas e quer praticidade e qualidade no que escolhe”, comenta.
O mercado de moda se adapta e progride de acordo com a situação econômica e cultural de cada local. Desde a confecção personalizada, passando pela massificação, até chegar ao e-commerce muita coisa mudou nos hábitos da consumidora de moda. Porém, o segmento de casamento continua realizando sonhos e gerando lucro. Tradição: talvez seja esse o motivo que explique o grande número de casamentos registrados no Brasil. E muitos ainda estão por vir, segundo o IBGE existe 39 milhões de solteiros, entre 20 e 40 anos, que planejam se casar nos próximos anos. “É uma forma de resgatar os valores da união da família”, acredita ela.