Mudança lenta, mas positiva

Para que pudessem estar de acordo com o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações, o RGC, as operadoras tiveram um prazo de 120 dias. Mas, será que todas já mudaram as suas estruturas para estarem adequadas? Para Adriano Fachini, empresário de telecomunicações e presidente da Aerbras, poucas transformações serão feitas. “Pouca coisa mudará. As concessionárias de telecomunicações há tempos perderam o receio de multas e punições do Poder Público, pois estão acostumadas a recorrer na justiça e prorrogar por décadas o pagamento de suas infrações”, explica ele.
Isto só ocorre, pois, como ressalta Fachini, há uma falta de preocupação das próprias operadoras em estarem preparadas para as novas regras. O que não quer dizer que elas não queiram se atentar sobre o assunto. “A punição que elas temem é vender menos”, afirma ele. Fazendo desta a razão para que elas invistam nas transformações que o RGC determina.  “Com a definição de novos critérios, a tendência é que haja um novo realinhamento, quem não seguir perderá vantagem competitiva, além de descumprir a lei, fato que gera um mal estar corporativo interno”.
Independente de qual seja o motivo que as faça se adequar às novas regras, é certo que as mudanças irão acontecer, ainda que de forma gradativa. O resultado poderá ser um cenário mais positivo, pois como a situação atual da relação entre empresas e clientes é conturbada, pela falta de descrédito dos usuários, eles terão mais cautela na compra de produtos e serviços, enquanto as estruturas que as empresas passarão a ter permitirão um melhor convívio.
Por mais que ainda haja controvérsias, o progresso virá e resultará no aperfeiçoamento da relação. E nesse sentido, o regulamento da Anatel vem para auxiliar que tal situação ocorra. “O relacionamento tende a ser mais coerente e responsável por parte das empresas que gradualmente vem adquirindo uma visão mais equilibrada e sustentável em relação ao processo de construção de marcas, lucratividade (curto, médio e longo prazo), sendo que nada disso acontece sem a implementação de políticas efetivas de respeito ao consumidor”.

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