O mercado de locação de veículos caminha para se consolidar como um cenário de ofertas na multimodalidade de locomoção. Essa tendência, que se desenhava no horizonte há alguns anos, intensificou-se com a pandemia e sai na frente quem possui visão inovadora no setor. Esse tem sido o caso da Movida, que expandiu os conceitos de digitalização para flexibilizar e expandir os serviços junto à atividade, com visão social e ambiental, segundo apontou Jamyl Jarrus, diretor executivo comercial e de marketing da empresa, em participação, hoje (31), na 111ª live da série de entrevistasdos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.
Com trajetória de mais de 20 anos no mercado de locação de automóveis, o executivo chegou em 1013 à Movida – empresa criada há 14 anos -, exatamente quando foi adquirida pela JSL com o propósito de torná-la uma das grandes no cenário nacional de locação de veículos. Antes só voltada para o nicho de mercado da pessoa física, mas já com visão ecológica dentro do conceito carbon free, ela ostentou nesses últimos sete anos um crescimento que Jarrus resumiu em alguns números: saltou de 170 para 3,4 mil colaboradores, de 29 para 260 lojas e de 2,5 mil para 120 mil carros disponíveis. “Ou seja, uma grande transformação, mas cujo foco se mantém na experiência do cliente”, garantiu, citando a seguir alguns paradigmas quebrados nesse mercado. Entre eles está a oferta de automóveis em outras cores que não só as tradicionais prata e branca e a aposta no mercado de locação de carros premium.
Na avaliação do diretor, os passos arrojados têm dado certo e levando a organização a se manter nessa trajetória inovadora. Outro exemplo, nessa linha, foi o lançamento dos carros por assinatura, incluindo, há três meses, o automóvel zero Km nessa modalidade de locação. Também descreveu uma contingência assumida em função da quarentena que foi a bem-sucedida venda de seminovos por meio da plataforma online. Na quarentena, a empresa se viu ainda não só voltada para os cuidados internos com os colaboradores e os produtos, mas também atuou na locação de veículos para as áreas de saúde e segurança. Tudo isso com 70% dos profissionais em home office e todos os protocolos de ordem sanitária nas lojas que tiveram de permanecer abertas.
Outro diferencial surgido nesta crise foram as modificações aplicadas no interior dos automóveis. “Pois não basta só assegurar muito asseio e limpeza, mas agora também há que se demonstrar ao usuário cada detalhe de atenção à higienização.” E ao falar da modificação do perfil de público durante a crise, ele registrou que, depois de um momento agudo de retração nesse mercado, em abril, a retomada aconteceu logo em seguida, em uma tendência que já vinha antes da pandemia, que era a multimodalidade de meios de locomoção. Nessa nova cultura, o carro se sobressaiu porque representa um meio mais seguro em termos sanitários. “O que arrefeceu mesmo foi o mercado de locação de curtíssimo prazo para viajantes de atividades corporativas. Enquanto, no sentido inverso, o aluguel de veículo para percorrer grandes distâncias tem se aquecido com força. E não é só por causa dos riscos da pandemia, mas também por um novo comportamento estratégico adotado pelo consumidor. Este avalia ser mais vantajoso alugar pontualmente do que assumir prestações na aquisição do mesmo tipo de veículo, mais depreciação, taxas, etc.”
De acordo com Jarrus, a terceirização de frota no Brasil saltou de 5% para 15%, mas ainda é muito baixo esse percentual se comparado com países mais adiantados, nos quais se chega até a 70%. “Há, portanto um longo caminho a se percorrer. E, na Movida, acreditamos que seremos no futuro uma grande plataforma de mobilidade, com todas as soluções possíveis, sem que as pessoas precisem comprar os equipamentos. Já oferecemos alternativas como triciclos e patinetes elétricos em praias e parques de várias cidades. Porque uma das discussões importantes, hoje, é a que se insere sob a sigla ASG, Ambiente, Social e Governança, e, no nosso caso, se expressa em uma grande preocupação ambiental. Queremos devolver à sociedade parte do que ela nos entrega e isso passa por olhar mais para os motores elétricos e tudo o mais que possa avançar para fortalecer essa cultura.”
Entre as inovações trazidas ao mercado, além das já mencionadas, de acordo com o executivo, estão a diária de 27 horas na locação, a ampliação da oferta de USVs, o “self check in” via celular, gerando entrega e devolução com rapidez. “Somos elemento transformador nesse mercado no país e não podemos sair fora dessa nossa característica.” E, respondendo a uma questão sobre o crescimento da cultura digital entre os consumidores, ele disse acreditar na consolidação de algumas novidades, tais como o sistema delivery e collection – a entrega e devolução do veículo em domicílio – que já havia sido criada antes da pandemia. “A venda de balcão diminuiu muito e esse cliente migrou para os meios digitais. Isso exige estruturas bem mais parrudas em nossa plataforma tecnológica.” E finalizou apontando para a manutenção do pendor da empresa pela ampliação de serviços cada vez mais estratificados, o que, no seu entender, é o que proporcionará a fidelização do consumidor à marca.
O vídeo com a entrevista, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube. Aproveite para também se inscrever e ficar por dentro das próximas lives. Amanhã (01), a série de entrevistas, terá Felipe Cazita, head de marketplace e novos negócios da Blue Group Digital, que falará sobre a nova fase de transformação na empresa; na quarta, Kelly Gallinari, diretora de cliente da Peugeot/Citröen; na quinta, Marco Antunes, vice-presidente de operações e tecnologia da SulAmérica; e, no “Sextou?”, encerrando a semana, o debate será com Rodrigo Neri, superintendente de relações institucionais da Tel e Paulo Frederico Soares, vice-presidente de operações da Datamétrica.