O Índice de Intenção de Consumo das Famílias, ICF, subiu pelo segundo mês consecutivo, após série de quatro quedas. Em setembro, o indicador apresentou crescimento de 1,1% na comparação mensal, passando de 86,5 pontos do mês de agosto para os atuais 87,5 pontos. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve avanço de 10,8%, quando o índice marcava 79 pontos. O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, FecomercioSP, e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação, e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo.
Dos sete itens analisados, seis apontaram aumento em relação a agosto. A maior variação foi do item Perspectiva de consumo, que cresceu 3% no comparativo mensal e atingiu 88,3 pontos em setembro ante os 85,7 pontos do mês anterior. A assessoria econômica da Entidade ressalta que esse foi o item que mais sofreu nos últimos meses com a greve dos caminhoneiros, uma vez que o recuo entre maio e julho foi de 13%. Assim, apesar do atual patamar se manter abaixo do nível pré-maio, está 16,9% acima da pontuação de setembro de 2017 (75,6 pontos).
Embora as famílias paulistanas tenham melhorado a sua percepção com o futuro, no curto prazo, porém, os gastos ainda estão bem contidos, avalia a Federação. O item Nível de consumo atual permaneceu tecnicamente estável em relação a agosto, com 60,3 pontos, sendo o item com pior avaliação do ICF no mês. Ainda há uma maioria (55%) que respondem que estão comprando menos do que há um ano.
Outro item que está se recuperando dos efeitos da última greve é o Momento para duráveis, que cresceu 2,4% no contraponto mensal, passando de 59,3 pontos para 60,7 pontos. No comparativo anual o avanço é de 11,3%. Ao todo, porém, 66,5% dizem que ainda é um mau momento para aquisição de bens duráveis, como geladeira, fogão, TV, etc. O item Renda atual voltou a registrar alta após duas quedas consecutivas. Em setembro, houve aumento de 1,2% na comparação com agosto e o índice atingiu 95,6 pontos. Em relação a setembro de 2017, quando o indicador apontava 89,8 pontos, a alta foi de 6,5%.
Os únicos itens que estão acima dos cem pontos, ou seja, no nível de satisfação, são os ligados ao emprego. Ambos com pontuações próximas, com 110,2 pontos para o Emprego atual e 111,8 pontos para Perspectiva profissional, alta de 1,3% e 2,1%, respectivamente. No comparativo anual os dois tiveram aumento acima de 8%. De acordo com a Entidade, o resultado mostra que a maioria dos paulistanos está segura no seu cargo atual e estão projetando uma melhora profissional para o responsável pelo domicílio nos próximos seis meses.
No campo negativo está o item Acesso ao crédito. No mês, a retração foi de 2,4% passando de 87,7 pontos em agosto para 85,6 pontos nessa última pesquisa. Apesar disso, o atual patamar é 11% superior ao visto em setembro do ano passado, quando apresentava 77,1 pontos. De qualquer forma, há um percentual importante de famílias paulistanas (43%) que encontram dificuldades na obtenção de financiamento para compras a prazo.