Autora: Silvia Marinho
O setor de e-commerce tem movimentado muito o comércio de bens de consumo no país. De acordo com pesquisas, somente em 2015, houve um faturamento de R$ 18,6 bilhões. O que prova que as negociações na web são uma fatia importante do mercado que gera bons resultados, mesmo em tempos de crise. E como sobreviver à concorrência no mundo online? O mercado está caminhando para um novo paradigma de consumo, onde o consumidor dita as regras, escolhe quanto e como quer pagar e exige o melhor custo-benefício. De olho nessa nova tendência, as empresas precisam correr e se adequar às exigências para não ficar para trás.
Todos os dias, surgem novas empresas, marcas e tipos de produtos e serviços diferenciados. Aquela máxima de ouvir o seu cliente está alcançando níveis cada vez mais específicos e não é somente com bons CRMs que as empresas irão ter melhores posicionamentos. É preciso oferecer ferramentas que atendam à dinâmica exigida dos atuais modelos de demanda que ocorrem na web.
Essa nova tendência do mercado requer que as empresas estejam ainda mais preparadas para dialogar com um consumidor ciente de sua liberdade de escolha. Afinal, é ele quem detém o poder de decisão na hora da compra. E o mundo online representa um ganho enorme para esse consumidor, porque oferece a ele ferramentas de pesquisa de preços, busca por reputação, variedade de produtos e serviços, tudo ao alcance de um clique.
Considerando tudo isto do lado do consumidor, para que aconteça este aperfeiçoamento esperado, bem como o sucesso e desenvolvimento da relação de compra e venda, será preciso “descomplicar e democratizar” a web – e aqui precisamos falar também com o empresariado, com o pequeno fornecedor. Sempre que pensamos na “inclusão digital”, olhamos apenas para o lado do usuário que pode tornar-se um consumidor, criamos meios para facilitar o acesso, desenvolvemos aplicativos para que ele possa, do seu celular, acessar conteúdos, realizar compras, interagir entre amigos, etc.. Mas e do lado de quem vai oferecer o produto ou serviço?
Mantemos plataformas complexas, que necessitam de investimentos pesados – com mão de obra e infraestrutura. Tudo isto é muito complicado, são muitos conceitos, muito trabalho e o resultado não é a “inclusão digital das pequenas empresas” que ficam à margem de um mercado sem oferecer o seu diferencial que muitas vezes ela possui. É preciso desenvolver a cultura digital para estas empresas à margem do mercado web, para que possam ser incluídas no ambiente do comércio eletrônico, por meio de uma plataforma fácil, amigável, barata. Que tenha como requisitos exigidos do lado empresariado, pouco conhecimento, pouco investimento, pouco tempo para realizar negócios, assim como é o dia a dia do atendimento de um balcão na sua pequena loja física, e que crie relacionamentos entre quem compra e quem vende, resultando num envolvimento emocional, transparente e de confiança.
A web não pode transformar a antiga paixão mercantil em uma comercialização com métodos pragmáticos e cheios de tecnologias inacessíveis à compreensão de quem simplesmente quer vender ou comprar! Os fornecedores que estiverem preparados para essa nova demanda de consumo, terão uma larga vantagem que consistirá em oportunidades de captar novos clientes, fidelizar os antigos e elaborar estratégias diferentes de marketing – será uma chance de sair da zona de conforto e pensar diferente, em busca do sucesso. Para quem quer se sobressair no cenário atual e garantir seu lugar de destaque lá na frente, o futuro é agora!
Silvia Marinho é idealizadora e diretora executiva do Fliig