A partir do instante que passou a ter acesso ao mundo digital e a todas as vantagens que ele traz, como mobilidade, praticidade e agilidade, o cliente não desapegou mais. Aliás, não só rapidamente se habituou com essas novas ferramentas, como também transformou o mercado, que precisou acompanhar a evolução. Claro que esse cenário também beneficiou as empresas, que puderam incorporar novas tecnologias, ampliando os canais de atendimento, agilizando a resolução de problemas e ficando mais próximas dos clientes. Uma prova dessas oportunidades que o mundo digital permitiu está no crescimento do mercado de fintechs no País.
Ao contrário do que se pode indagar, essas empresas não surgiram no intuito de se tornar concorrentes das instituições financeiras tradicionais, mas vieram para se unir a elas, facilitando o processo de digitalização. Como comenta o diretor de marketing da Bidu Corretora, Maurício Antunes, o surgimento dessas startups é resultado de uma nova maneira da consumir, vinda de um novo consumidor. “No caso das insurtechs, ramificação de seguros das fintechs, como a Bidu, os clientes esperam ofertas, comunicação, preços e recomendações customizadas de seus fornecedores de seguros. E esse cenário é fruto do amadurecimento da Internet como ferramenta transacional e a travessia de diversas fronteiras tecnológicas”, diz.
O executivo ainda adiciona que as fintechs são apenas uma resposta a uma demanda procurada pelo público. Esse estava em busca de negócios que atendessem suas necessidades de praticidade e velocidade de informação. “Muito antes de desenvolvermos um sistema que realizasse uma cotação de seguro online, os consumidores já buscavam por isso no Google.” Por isso, as fintechs chegaram para ficar, mas também não vão acabar com o modelo já existente. Para ele, “essas empresas costuram serviços e produtos financeiros com tecnologia” e podem ser parceiras dos bancos. “Como a gente, que parceiro comercial de seguradoras controladas por grandes bancos, por exemplo”.
Aliás, para ele, essa união pode ser beneficia, do ponto de vista que ambos os setores podem se unir para fechar buracos e criar um novo e melhor modelo financeiro de negócio. “E óbvio, quem ganha sempre é o consumidor”. A principal diferença entre os dois lados é que as startups financeiras têm a Internet como sua base e berço de funcionamento. Não há um ponto de venda, tudo é feito de maneira online, na qual o foco acaba sendo a experiência do cliente nesse site e em toda sua jornada de compra. “A grande preocupação delas é oferecer a experiência mais prática e amigável, simplificando processos, oferecendo total transparência e controle da situação ao cliente”, destaca.
Como as fintechs acabam dando mais poder ao consumidor, facilitando seu acesso à informação e levando os serviços, literalmente, na palma de suas mãos, Antunes acredita que o futuro desse mercado depende exclusivamente das novas demandas criadas pelo próprio público. “Ele busca comodidade e praticidade no seu dia a dia e é isso que essas empresas oferecem. Esse interesse tem muito a ver com a experiência do usuário, um controle simples, completo, transparente e real time daquilo que interessa a ele”, analisa. “No nosso caso, consideramos fundamental a integração entre o humano e o tecnológico. Acreditamos que a tecnologia deve ser uma ferramenta que aproxima o cliente e facilita a relação, mas que o contato, ainda que online, por e-mail ou chat, deve, sobretudo, ser humano.”