Entender o perfil e o comportamento dessas novas gerações é um caminho assertivo, mas exige uma análise robusta de dados
Autor: Rafael Dias
A NRF 2025 veio para provar que a Geração Z e a emergente Geração Alpha estão redesenhando as regras do mercado. Altamente conectados, estou certo de que esse público mais jovem espera muito mais das marcas: não apenas produtos ou serviços, mas falamos agora sobre experiências que ressoem com seus valores, promovam criatividade e construam comunidades. Especialistas e líderes do varejo trouxeram essa discussão para o centro dos debates durante o evento. Compartilho agora os pontos que mais chamaram a minha atenção sobre como entender, engajar e se conectar com esses consumidores.
Para início de conversa, é importante ressaltar que as redes sociais não são mais somente ferramentas de divulgação, são agora um dos pilares centrais da estratégia de engajamento. Nesse cenário, o TikTok ganha destaque e vem se consolidando não apenas como um lugar de entretenimento, visto que a plataforma já supera a Shein e a Sephora em vendas nos Estados Unidos, com seu modelo de loja integrada (TikTok Shop). Os dados apresentados durante a palestra “Prevendo o futuro: tendências de consumo para 2025” mostraram que 60% da Geração Z usa o aplicativo diariamente e 57% dos usuários fazem compras na plataforma. Isso demonstra como entretenimento e comércio podem (e devem) caminhar juntos.
Além disso, Katie Welch, CMO da Rare Beauty, foi precisa ao analisar como a criação de uma comunidade gera fidelidade. Com mais de 75 mil fãs engajados, a marca exemplifica a importância de estar presente em eventos, ter uma comunicação constante por plataformas como Zoom e a necessidade de investir em conteúdos nas redes sociais para aumentar a proximidade entre empresa e cliente, essencial para gerar confiança e manter a relevância.
A pergunta é: se essas gerações valorizam tanto a criatividade no ambiente digital, onde ficam as lojas físicas? Claro, elas permanecem como espaços vitais, mas precisam oferecer experiências além da simples compra. Exemplos notáveis apresentados no evento são as iniciativas da Disney e da American Girl, que em seus parques e lojas permitem que os consumidores experienciem momentos imersivos, criando memórias associadas aos produtos. O grande fato é: a experiência do consumidor é o fator-chave para o desenvolvimento e sucesso de negócios, sejam eles de qualquer natureza. Trabalhar unificando o físico e o digital é uma vantagem competitiva em um mercado que coloca o cliente no centro.
Aqui quero chamar a atenção para o fato de que entender o perfil e o comportamento dessas novas gerações é um caminho assertivo, mas exige uma análise robusta de dados. A exemplo de comparação, líderes da Mattel e Reebook deixaram como dicas contar com o apoio de relatórios de tendências, feedback direto do cliente e mídias sociais, ferramentas essenciais para ajustar a experiência de varejo a esses consumidores. Afinal, boas vivências significam boas lembranças que, por sua vez, geram a fidelização.
De todo modo, essas gerações têm influenciado os rumos do mercado. Mais do que nunca, esse é o momento para abraçar o potencial disruptivo desses públicos sem perder de vista valores essenciais: criatividade, autenticidade e sustentabilidade. Não se trata apenas de capturar a atenção dos consumidores, é necessário envolvê-los de forma a criar relações duradouras. A Geração Z, informada e empoderada, valoriza a experiência digital e exige espaço de fala, enquanto a Alpha tem demonstrado preferência por acesso amplo a produtos e por experiências físicas alinhadas às digitais. O consumidor espera mais, e é exatamente isso que o mercado precisa oferecer.
O varejo está entrando em uma nova era, e as marcas que entenderem e se adaptarem ao espírito das gerações que moldam o futuro serão as que irão liderar esse movimento. É o momento de usar dados para analisar, storytelling para conectar e, acima de tudo, criatividade para engajar.
Rafael Dias é diretor de customer success na ClearSale.
