O atacarejo também se adaptou

Quando a situação econômica se agravou, muito se discutiu sobre as mudanças feitas pelos consumidores para continuarem fazendo suas compras, mas sem comprometerem os gastos no final do mês. Por exemplo, diminuíram a ida aos pontos de vendas e voltaram com a compra mensal, realizando estoques em casa. Bem como, muitos não hesitaram em trocar as marcas por opções mais baratas ou escolher por pacotes maiores, mas que no fim das contas fosse mais econômico. Dessa maneira, o canal de compra conhecido por atacarejo se tornou cada vez mais uma opção aos clientes, por não só oferecer essa maior variedade na quantidade das embalagens, como por possuir preços mais baixos do que outros canais de compra.
Por conta disso, o segmento viu sua demanda crescer nos últimos tempos e, principalmente, por um público que não era muito habitual. A saída para esses negócios foi, então, adaptarem-se também, para receberem da melhor maneira essa maior procura. No caso do Assaí Atacadista, esse caminho foi mais fácil, pois, desde o início, a empresa se voltou ao mais variado público, seja aqueles que fazem compras para abastecimento de estabelecimentos e negócios, até o cliente final que realiza compras maiores – porque tem uma grande família, em datas festivas ou economia. 
Segundo Belmiro Gomes, presidente da rede, seu maior diferencial, hoje, é a política de dois preços. “Isso quer dizer que a partir de uma pequena quantidade de determinado produto do mesmo sabor, fragrância ou tipo, já é possível pagar o valor de atacado”. Um fator que pode beneficia justamente esse consumidor final, uma vez que ele não precisa comprar um caixa maior de um mesmo produto para conseguir um melhor valor. E essa diferença na venda foi planejada pela empresa, pois foi percebida uma mudança no comportamento do comprador. “A atual situação econômica faz com que as pessoas, independente da classe social, busquem uma maior economia nas suas compras e acabam optando pelo setor de atacado de autosserviço. Dessa forma, o Assaí e o segmento como um todo se beneficiam”, diz.
Além disso, ele ainda atribui como resultado desse aumento de visitas o fato de que a própria modalidade se desenvolveu. Hoje, já há uma quantidade maior de empresas do tipo e também de unidades em regiões, onde antes não se conhecia esse canal. Sem contar que as lojas passaram por uma reestruturação, a fim de se tornarem um espaço mais agradável ao público. Antes, eram comuns críticas de que os locais eram sujos, bagunçados e mal iluminados. O que fazia com que o cliente final continuasse preferindo o varejo. No Assaí, por exemplo, Gomes conta que as lojas ficaram mais claras, amplas, com ar-condicionado e estacionamento coberto. “Portanto, a expansão do segmento também pode ser apontada como um das responsáveis pela popularização do atacarejo.”
Inclusive, o executivo assume que essas mudanças passadas pela empresa começaram em 2012, antes mesmo da crise. “A estratégia tem como principal objetivo oferecer condições de maior rentabilidade, otimização do capital de giro e o melhor mix de produtos de acordo com o perfil de cada negócio”, conta. E entre as transformações é o sortimento de produtos, que foi renovado em cerca de 30% para aumentar a variedade. “Sempre que chega a uma região, o Assaí busca adequar o seu sortimento à demanda local, optando por uma maior variedade de produtos regionais. Mas também acredita ser um parceiro de marcas de outras regiões do País, que veem na chegada da empresa a possibilidade de tornar seus produtos mais acessíveis em outras praças.”
Com essas evoluções, é esperado que os clientes continuem presentes e fidelizados, já que continuarão desejando as vantagens nas compras e o hábito de alto volume poderá continuar. “Um mesmo consumidor pode utilizar até, em média, nove pontos diferentes para fazer suas compras. Tanto o atacado de autosserviço quanto os demais formatos se complementam e atendem diferentes momentos de compra para diferentes necessidades”, analisa Gomes. “A nossa expectativa é manter o ritmo de expansão, principal pilar de seu crescimento. Além disso, continuar sendo uma das opções mais vantajosas para quem busca economia nas compras em grandes volumes.”

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