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O burnout é um risco que precisa ser levado a sério

ClienteSA News debate os sérios riscos de saúde e as alternativas encontradas por profissionais para desopilar dos excessos no trabalho

A luta por conquistar clientes em um ambiente de extrema competitividade pode estar criando um mundo corporativo tóxico, a ponto de conduzir profissionais à síndrome de burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante. O próprio sucesso profissional pode redundar em uma armadilha que leva a pessoa a querer se superar, esquecendo que é um ser humano com fraquezas e fragilidades. Debatendo, com casos reais, a gravidade das consequências de um burnout e como se prevenir criando válvulas de escape, Cláudia Campos, consultora de marketing e comunicação, e Felipe Cunha, CEO da Vibe Saúde, participaram, ontem (09), com os cohosts Vilnor Grube, CEO da ClienteSA e VP da Aloic,  Rodrigo Tavares, vice-presidente sênior de CX da RecargaPay, e Wellington Paes, fundador e CEO da Conexão Customer, da 28ª edição do ClienteSA News.

Abrindo o bate-papo, Cláudia falou do preconceito que existe de discutir e falar abertamente sobre a questão da saúde mental, pois, na sua concepção, todos têm fraquezas que procuram esconder ou superar na trajetória rumo ao sucesso. “Queremos sempre nos superar e, quando trilhamos nossa trajetória, a maioria de nós quer ser bem-sucedida. E quando a pessoa, no mundo corporativo, consegue resultados positivos, promoções, ganha visibilidade, surge, então, o desafio de se manter como destaque. Ela só irá surpreender, a partir desse patamar, quando novamente conseguir apresentar um algo a mais e, daí começam as cobranças de si própria e dos demais.”

Nessa caminhada, ela ressaltou que a pessoa, mesmo tendo hobbies, praticando esportes, etc., pode estar com um problema de saúde mental e não demonstrar. Nisso, a executiva citou sua própria experiência, quando sofreu um burnout severo, em 2017, que teve origem dois anos antes, mesmo levando uma vida cheia de compensações e estando sempre sorrindo. “O mundo corporativo está ficando cada vez mais tóxico, ainda mais para uma mulher em um ambiente predominantemente masculino como era meu caso. Cheguei a ir parar na UTI, e dois dias depois, já estava trabalhando normalmente. Sofrendo assédio moral todos os dias, acreditando que poderia lidar com isso, até que precisei de um psiquiatra que piorou tudo com medicamentos energéticos. Como resultado, fiquei dois anos sem sair do quarto e cheguei a ser internada, com vários sintomas físicos que, alguns, perduram até hoje.” Por fim, aconselhou a todos observarem seus limites e não permitir que sejam jamais ultrapassados, sem se esquecer de mencionar os prejuízos que o burnout pode trazer para profissionais,clientes e, portanto, para as empresas.

Por sua vez, falando também de sua experiência pessoal, Felipe contou que foi um nadador profissional até os 26 anos de idade, com tudo bem preparado para disputar uma Olimpíada, plano que foi frustrado por uma série de motivos. “No esporte de alta performance, o atleta é condicionado a compartimentar as coisas, de forma a deixar de lado as dores, os problemas, as frustrações, focando naquilo que tem de ser feito. Até que, no meu caso, me pressionou tanto que cheguei a sentir aversão à piscina e uma série de entraves ligados a isso. Na época, ninguém considerava isso um problema de saúde mental.”

A partir daí, ele foi para o mundo corporativo, indo parar no universo das startups e notou que a pressão corporativa é diferente da exercida no esporte, em vários níveis. Descobriu, então, que era um burnout o que teve anos atrás, por ser competitivo demais. “Queria ser um super herói, me pressionando sempre a conseguir mais, até que compreendi que temos de demonstrar nossas fragilidades e diminuir o ritmo. Hoje, por meio de hobbies como cozinhar, ouvir música, etc., consegui descomprimir o balão para ele não explodir mais.” Foi que levou Felipe a criar na Vibe Saúde, a “Vivi”, assistente de IA focada em saúde mental, que estratifica nas pessoas os níveis de ansiedade, estresse e depressão.

Na sequência, os convidados responderam a uma questão feita pelo Wellington sobre como motivar as pessoas a se diagnosticarem em relação aos problemas mentais. Já Rodrigo comentou sobre o problema dos líderes serem avaliados não por sua competência de liderança, em vários aspectos, mas apenas pelos resultados que entregam. O debate transcorreu seguindo a linha da necessidade de se falar mais a respeito da saúde mental e do burnout, sem se esquecer de lembrar o mote que deu origem a esta edição do ClienteSA News, que é o lançamento, na próxima sexta (13), de “Pré-sentimentos, a poesia se refazendo com a vida pelo tempo”, segundo livro de poesias de Vilnor, na Bienal do Livro de São Paulo, seu grande hobbie e válvula de escape ao burnout. A conversa pode ser conferida, na íntegra no canal ClienteSA Play, no Youtube, compondo um acervo em cultura cliente que já passa de 3 mil vídeos.

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